Não há, porém, uma única teoria criacionista, mas várias, conforme a religião e o livro sagrado que se adota. Segundo a mitologia grega, o homem seria produto dos trabalhos de Epimeteu, que teria gerado o Homem repleto de imperfeições, sem vitalidade, a partir de um modelo de barro. Compassivo, seu irmão Prometeu, com o sacrifício próprio, roubou o fogo dos deuses para trazer à Humanidade a vida tão desejada.
O Cristianismo tem sua própria teoria explicativa, narrada na Bíblia, seu livro sagrado. Segundo esta religião, o homem foi criado por Deus, logo após a gênese dos céus e da terra. Aqui também a Humanidade foi modelada no barro, mas nesta versão ela ganha a vida através do sopro divino, exalado em suas narinas. De acordo com as crenças abordadas, variam as argumentações, mas muitas delas apresentam várias semelhanças. O Gênesis, primeiro livro do Antigo Testamento, por exemplo, narra a origem do mundo e do Homem com metáforas e símbolos muito parecidos com os das narrativas mesopotâmicas.
Apesar do Criacionismo ser uma teoria essencialmente religiosa, recentemente ela tem adquirido contornos mais filosóficos, com discussões sobre a independência da matéria imortal, a série de emanações do Ser Divino e a criação.
As explicações sobre a existência humana se iniciam com os mitos, que procuram justificar, através da imaginação, a vida, a história humana, tudo que ocorre á nossa volta e não podemos compreender. Pesquisadores do século XIX acreditavam que a crença em uma entidade divina superior, que criou tudo que existe, era uma conquista do homem em uma fase cultural mais elevada, mas recentemente descobriu-se que povos africanos primitivos, bem como das ilhas do norte do Japão, América, Austrália central e em várias outras partes do mundo, já cultivavam essa mesma fé.
As idéias criacionistas, de modo geral, estendem a interferência divina além do ato criador. Deus, segundo a filosofia judaico-cristã, intervém diretamente no plano da matéria, uma vez que provoca, por exemplo, o dilúvio, assim como inspira Noé a construir sua arca e a conduzir nela diversos pares de animais, que povoarão posteriormente o mundo novo.
Atualmente o Criacionismo está mais conectado à crença do protestantismo norte-americano. Neste país, vários esforços têm sido realizados para introduzir nas aulas de Ciências a teoria criacionista, embora suas referências explícitas ainda sejam inconstitucionais. Seus adeptos tentam sutilmente revestir essas teses sob o título de “análise crítica da evolução”, para burlar a Constituição. Outras religiões aceitam algumas idéias de cunho mais científico, como os seis dias relativos à duração do ato criador, interpretados como seis eras geológicas, enquanto os considerados fundamentalistas abominam essa concepção.
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