A África é o terceiro continente mais extenso (atrás da Ásia e da América) com cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo 20,3 % da área total da terra firme do planeta. É o segundo continente mais populoso da Terra(atrás da Ásia) com cerca de um bilhão de pessoas (estimativa para 2005 ), representando cerca de um sétimo da população mundial, e 54 países independentes.
Apresenta grande diversidade étnica, cultural, social e política. Dos trinta países mais pobres do mundo (com mais problemas de subnutrição, analfabetismo, baixa expectativa de vida), pelo menos 21 são africanos. Apesar disso existem alguns países com um padrão de vida razoável, mas não existe nenhum país realmente desenvolvido na África. A Líbia, Maurícia e Seicheles têm uma boa qualidade de vida. Ainda há outros países africanos com qualidade de vida e índices de desenvolvimento razoáveis, como a maior economia africana, a África do Sul e outros países como Marrocos, Argélia, Tunísia, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
A África costuma ser regionalizada de duas formas, a primeira forma, que valoriza a localização dos países e os dividem em cinco grupos, que são a África setentrional, a África Ocidental, a África central, a África Oriental e a África meridional. A segunda regionalização desse continente, que vem sendo muito utilizada, usa critérios étnicos e culturais (religião e etnias predominantes em cada região), é dividida em dois grandes grupos, a África Branca ou setentrional formado pelos oito países da África do norte, mais a Mauritânia e o Saara Ocidental, e a África Negra ou subsaariana formada pelos outros 44 países do continente.
História
Pré-história, Antiguidade e Idade Média
O fato de estar presente o homem no continente africano teve seus primórdios quando se iniciou a era quaternária ou terminou a era terciária. A maioria dos restos de hominídeos fósseis que os arqueólogos encontraram — australopitecos, atlantropos, homens de Neandertal e de Cro-Magnon — em lugares diferenciados da África é a demonstração de que essa parte do mundo é importante no processo evolutivo da espécie humana e indica, até, a afirmação de ser possível que o homem tenha suas origens nesse continente. A história da arte que vai entre o paleolítico e o neolítico tem suas semelhanças comparáveis à de outras áreas dos continentes europeu e asiático, com diferença de locais onde as regiões mais se desenvolveram. A maioria das zonas do interior do continente, meio posto em isolamento, em contraposição ao litoral, tiveram permanência em épocas estagiadas do período paleolítico, apesar de se começar a processar a neolitização do território em 10000 a.C., com uma diversidade de graus acelerados.
O Norte da África é a região mais antiga do mundo. O fato de a civilização egípcia florescer e se inter-relacionar com as demais áreas culturais do mundo mediterrâneo teve vínculo estreito nessa região, há milhares de séculos, com que se desenvolveu geralmente a civilização ocidental. As colônias que pertenciam à Fenícia, Cartago, o processo de romanizar o continente, os vândalos que se fixaram e o Império Bizantino que influenciou tem deixado na totalidade da parte da África banhada pelo Mar Mediterrâneo uma parte principal da cultura que posteriormente quem assimilou e modificou foram os árabes, o que foi encontrado pela civilização no continente africano a importância de um campo em que se expandiu e consolidou a cultura muçulmanano Norte da África. As áreas de expansão do Islã foram o Sudão, o Saara e o litoral leste, favorecendo o acompanhamento das rotas de comércio do interior da África (escravos, ouro, penas de avestruz) e o estabelecimento de encraves marítimos (especiarias, seda) no Oceano Índico.
Naquela época, era conhecida pela África negra uma quantidade de impérios e estados que floresceram. Estes impérios e estados nasceram de tal forma que os grandes clãs e tribos se submeteram ao poder de um só soberano que era adepto do feudalismo e da guerra. Entre esses impérios de maior importância figuram o de Aksum, na Etiópia, que teve sua chegada ao apogeu no século XIII; o de Gana, que se desenvolveu do século V ao século XI e os estados muçulmanos que o sucederam foram o de Mali (do século XIII ao século XV) e o de Songhai (do século XV ao século XVI); o reino Abomey de Benin (século XVII); e a confederação zulu do sudeste africano (século XIX).
Idades Moderna e Contemporânea
Durante o século XV teve início o fato de que os exploradores vindos da Europa tivessem conquistado o litoral do Oeste da África. O que estimulou essa exploração foi o objetivo de buscar novos caminhos para as Índias, depois de os turcos fecharem o comércio no leste do Mar Mediterrâneo. Os colonizadores de Portugal, da Espanha, da França, da Inglaterra e dos Países Baixos participaram da competição para dominar o novo caminho mediante o fato de estabelecerem feitorias no litoral e portos de embarque para comercializar os escravos. Naquela época, foram realizadas as primeiras viagens científicas que adentraram o interior do continente: Charles-Jacques Poncet na Abissínia, em 1700; James Bruce em 1770, procurando o local onde nasce oNilo; Friedrich Konrad Hornermann viajando no deserto da Líbia sobre a garupa de um camelo, em 1798; Henry Morton Stanley e David Livingstone na bacia do Congo, em 1879.
A partir do século XIX, as potências europeias se interessaram por governar e ganhar dinheiro. Esse interesses econômicos e políticos deram estímulo ao fato de penetrarem e colonizarem o interior da África. O fato de desejar a criação de impérios que fizessem a extensão de litoral a litoral teve como rivais o Reino Unido (que conseguiu a ocupação de uma faixa de norte a sul, do Egito à África do Sul, além de outras zonas que colonizou no golfo da Guiné), a França (que se estabeleceu no noroeste da África, em parte do equador africano e em Madagascar) e, em quantidade pequena, Portugal (Angola, Moçambique, Guiné e uma diversidade de ilhas estratégicas), Alemanha (Togo, Tanganica e Camarão), Bélgica(Congo Belga), Itália (Líbia, Etiópia e Somália) e Espanha (parte do Marrocos, Saara Ocidental e encraves na Guiné). A partilha da África teve consumação formal na Conferência de Berlim de 1884-1885, na qual foi firmado que a efetivação ocupacional se principiasse como forma de legitimar a posse das colônias.
Foi acarretado pelo regime colonialista que fossem destruídas ou modificadas as estruturas sociais, econômicas, políticas e religiosas da maioria do território da África negra. As colônias que proclamaram sua independência, processo emancipatório que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial e que se concluiu de maneira principal de 1960 até 1975, cuja gravidade de problemas de integrar os países ameaçou a hegemonia política das nações africanas. Esses problemas resultaram das fronteiras arbitrárias como legado do sistema colonialista, além da pobreza (o rápido crescimento da população africana é mais elevado do fato de se produzir alimentos). Como dependem econômica e politicamente das antigas metrópoles, a má administração, as tribos e as ideologias que entraram em conflito, o que agravou tudo isso foi o fato de as cidades aumentarem sua população. Estas são as principais barreiras que impedem que os novos países se desenvolvam. Os governos desses países, majoritariamente de caráter militar ou presidencialista, tem tendência à adoção de políticas socializantes que tem por objetivo libertar os países das potências estrangeiras. O fato de os países cooperarem coletivamente para a solução desses problemas deu origem a uma diversidade de organizações supranacionais que se baseiam na ideia do pan-africanismo, ou unificar a totalidade dos povos africanos em torno dos interesses comuns; a mais relevante é a Organização da Unidade Africana (OUA).
Geografia
A África está separada da Europa pelo mar Mediterrâneo e liga-se à Ásia na sua extremidade nordeste pelo istmo de Suez. No entanto, a África ocupa uma única placa tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a placa Euro-asiática.
Do seu ponto mais a norte, Ras ben Sakka, em Marrocos, à latitude 37°21' N, até ao ponto mais a sul, o cabo das Agulhas na África do Sul, à latitude 34°51'15'' S, há uma distância de aproximadamente 8 000 km. Do ponto mais ocidental de África, o Cabo Verde, no Senegal, à longitude 17°33'22'' W, até Ras Hafun na Somália, à longitude 51°27'52'' E, são cerca de 7 400 km.
Para além do mar Mediterrâneo, a norte, a África é banhada pelo oceano Atlântico na sua costa ocidental e pelo oceano Índico do lado oriental. O comprimento da linha de costa é de 26 000 km.
A área territorial da África é de pouco mais de 30 milhões de quilômetros quadrados, já que é o terceiro continente mais extenso do mundo. A África é atravessada por três grandes paralelos terrestres de leste para oeste: Linha do Equador,Trópico de Câncer e Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de Greenwich, no sentido norte-sul. A África tem cinco diferentes fusos horários.
Os principais acidentes geográficos litorâneos são o golfo da Guiné no Atlântico Sul; e o estreito de Gibraltar, do Oceano Atlântico até o mar Mediterrâneo. Na parte oriental do continente está localizada a península da Somália, que os geógrafos também a chamam de Chifre da África no Brasil ou "Corno de África" em Portugal, e o golfo de Aden, cujo acidente geográfico que forma golfo, propriamente dito, são as águas do oceano Índico. O golfo de Aden tem limites com a península Arábica, que é pertencente à Ásia. Na parte meridional, está localizado o cabo da Boa Esperança.
Na África não existem muitas ilhas adjacentes. No Atlântico, estão localizadas as Ilhas Canárias, incluvsive os arquipélagos de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde. No Oceano Índico é encontrada uma ilha de maior extensão, Madagáscar, e outras pequenas que são os arquipélagos denominados Comores, Maurício e Seychelles.
Distinguem-se na África os climas equatorial, tropical, desértico e mediterrâneo.
O clima equatorial, quente e úmido o ano todo, abrange parte da região centro-oeste do continente; o clima tropical quente com invernos secos domina quase inteiramente as terras africanas, do centro ao sul, inclusive a ilha de Madagascar; o clima desértico, por sua vez, compreende uma grande extensão da África, acompanhando os desertos do Saara e de Calaari; finalmente, o clima mediterrâneo manifesta-se em pequenos trechos do extremo norte e do extremo sul do continente, apresentando-se quente com invernos úmidos.
A pluviosidade na África é a principal responsável pelas grandes diferenças entre as paisagens africanas. As chuvas ocorrem com abundância na região equatorial, mas são insignificantes nas proximidades do Trópico de Câncer, onde se localiza o Deserto do Saara, e do Trópico de Capricórnio, região pela qual se estende o Calaari. Localizados no interior do território africano, os desertos ocupam grande parte do continente.
Relevo
O relevo da África é, em sua maioria, formada por planaltos. É apresentada pelo continente uma altitude média de mais de 750 metros. As formas de relevo que ocupam todas as regiões centro e oestesão planaltos que se erodiram com intensidade. As rochas muito antigas constituem os planaltos. E os planaltos, propriamente ditos, tem limites com grandes escarpamentos.
São contornadas pelos planaltos as depressões que os rios atravessam, nas quais também são encontrados lagos e bacias hidrográficas de maior extensão, das quais podemos citar os rios Nilo, Congo,Chade, Níger, Zambeze, Limpopo, Cubango e Orange. Ao longo do litoral, estão situadas as planícies costeiras, por vezes com muita vastidão, como as planícies do Níger e do Congo.
No leste da África são encontradas um de seus aspectos físicos que mais se destacam: uma falha geológica que se estende no sentido norte-sul, o Grande Vale do Rift, em que são sucedidasmontanhas, algumas que no passado geológico eram meros vulcões e depressões de maior extensão. É nessa região que estão localizados os maiores lagos do continente, cujas altas montanhascircundam-os, de mencionar o Kilimanjaro (5895 m), o monte Quênia (5199 m) e o Ruwenzori (5109 m).
Podem ser destacados ainda dois grandes conjuntos formados pela elevação de terras, um na parte setentrional e outro na parte meridional do continente:
- a Cadeia do Atlas, pela qual é ocupada a região setentrional (Marrocos, Argélia e Tunísia). Sua formação é muito recente e são apresentadas pela Cordilheira do Atlas as montanhas cujos picos chegam a atingir 4000 m de altitude;
- a Cadeia do Cabo, na África do Sul tem passado geológico muito antigo e seu ponto mais alto são os montes Drakensberg, com altitude superior a 3400 m de altitude.
Dando por completo uma visão do relevo da África, é possível a observação do fato de existir antigos maciços montanhosos em pontos diferenciados do continente: o da Etiópia, que se formou desde erupções de vulcão, o de Fouta Djalon e o deHoggar, além de muitos outros.
Distinguem-se na África os climas equatorial, tropical, desértico e mediterrâneo.
O clima equatorial, quente e úmido o ano todo, abrange parte da região centro-oeste do continente; o clima tropical quente com invernos secos domina quase inteiramente as terras africanas, do centro ao sul, inclusive a ilha de Madagascar; o clima desértico, por sua vez, compreende uma grande extensão da África, acompanhando os desertos do Saara e de Calaari; finalmente, o clima mediterrâneo manifesta-se em pequenos trechos do extremo norte e do extremo sul do continente, apresentando-se quente com invernos úmidos.
A pluviosidade na África é a principal responsável pelas grandes diferenças entre as paisagens africanas. As chuvas ocorrem com abundância na região equatorial, mas são insignificantes nas proximidades do Trópico de Câncer, onde se localiza o Deserto do Saara, e do Trópico de Capricórnio, região pela qual se estende o Calaari. Localizados no interior do território africano, os desertos ocupam grande parte do continente.
Hidrografia
A África possui rios muito extensos e volumosos, por estarem localizados em regiões tropicais e equatoriais. A maior importância cabe ao rio Nilo, o segundo mais extenso do mundo (após o Solimões-Amazonas), cujo comprimento é superior a 6500 km. Nasce nas proximidades do Lago Vitória, percorre o nordeste africano e desagua no mar Mediterrâneo. Forma, com seus afluentes, uma bacia de quase três milhões de quilômetros quadrados. O vale do Nilo, abaixo da confluência entre o Nilo Branco e o Nilo Azul, apresenta um solo extremamente fértil, no qual se pratica intensamente a agricultura. As grandes civilizações egípcia e de Meroé, na Antiguidade, existiram em parte em função do seu ciclo anual de cheias.
Além do Nilo, outros rios importantes para a África são o Congo, o Níger e o Zambeze. Menos extensos, mas igualmente relevantes, são o Senegal, o Orange, o Limpopo e o Zaire.
No que se refere aos lagos, a África possui alguns extensos e profundos, a maioria situada no leste do continente, como o Vitória, o Rodolfo e o Tanganica; este último, com quase 1500 metros de profundidade, evidencia com mais ênfase a grande falha geológica na qual se alojaram os Grandes Lagos Africanos. O maior situado na região centro-oeste é o Chade.
Flora e fauna
Nas áreas de clima equatorial as chuvas são abundantes o ano inteiro; graças à pluviosidade, a vegetação dominante é a floresta equatorial. Ao norte e ao sul dessa faixa, onde o verão é menos úmido, aparecem as savanas, que constituem o tipo de vegetação mais abundante no continente. Circundam essa região zonas em que as temperaturas são mais amenas, a pluviosidade menor e as estações secas bem pronunciadas, como o Sahel.
Ao longo do litoral do mar Mediterrâneo e da África do Sul, sobressai a chamada vegetação mediterrânea, formada por arbustos e gramíneas. No sul do continente, é importante a província florística do Cabo.
Como parte significativa de sua vegetação está preservada, a África conserva ainda numerosos espécies de sua fauna: a floresta equatorial constitui abrigo, principalmente, para aves e macacos; as savanas e estepes reúnem antílopes, zebras,girafas, leões, leopardos, elefantes, avestruzes e animais de grande porte em geral.
Regiões
Agrupar os países da África em conjuntos homogêneos não constitui tarefa simples. Entretanto, por razões didáticas, vamos dividir o continente em cinco regiões principais: Norte da África, África Ocidental, África Centro-ocidental, África Centro-oriental e África Meridional.
Norte da África
O Norte da África, também chamado de África Setentrional e de África do Norte, é a mais extensa região do continente, comportando três subdivisões: os países do Maghreb, os países do Saara e o vale do Nilo.
A palavra maghreb, de origem árabe, significa "onde o Sol se põe", ou seja, o ocidente. Os países do Maghreb são Marrocos, a Argélia, a Tunísia, a Mauritânia e a Líbia. Na paisagem, os traços físicos mais marcantes são a Cadeia do Atlas, junto ao Mar Mediterrâneo, e o grande Deserto do Saara em que se distinguem dois trechos: um dominado por dunas arenosas, conhecido por Erg, e outro bastante pedregoso, denominado Hamadas.
O clima da região é do tipo mediterrânico na vertente norte do Atlas e do tipo desértico ao sul dessa cadeia. A população distribui-se de modo irregular: é densa nas áreas mais úmidas e, naturalmente, escassa nas áreas desérticas, onde predominam os árabes e os berberes, que geralmente professam o islamismo.
Em virtude de condições naturais desfavoráveis, a agropecuária é pouco desenvolvida, embora empregue grande parte da população ativa desses países. Destaca-se a agricultura mediterrânea, em que se cultivam vinhas, oliveiras, cítricos etâmaras. Pratica-se a pecuária extensiva nas áreas semiáridas e a pecuária nômade no deserto.
Ricos em minérios, de que são grandes exportadores, os países do Maghreb conseguiram implantar vários centros industriais de destaque, como Argel, Túnis, Orã, Casablanca, Rabat, Fez e Marrakesh, que são algumas das maiores e mais belas cidades da África.
A Argélia é rica em petróleo e gás natural, sendo também membro da OPEP. Marrocos e Tunísia são grandes exportadores de fosfatos, matéria-prima para a indústria de fertilizantes.
O vasto Deserto do Saara se estende por diversos países, mas é o traço físico que nos permite agrupar Mauritânia, Mali, Níger, Chade e Líbia na mesma sub-região. A aridez do solo e a predominância doclima desértico não favorecem as atividades econômicas; a agricultura só é possível junto aos oásis e em curtos trechos do litoral. Entretanto, o subsolo apresenta significativas reservas de petróleo, gás natural, ferro e urânio.
Apesar de Egito e Sudão também se encontrarem em meio ao Deserto do Saara, a presença do rio Nilo permite que os agrupemos em outra sub-região. Formado pelos rios Nilo Branco e Nilo Azul, o Nilo atravessa todo o território desses países, proporcionando melhores condições de vida para suas populações.
O vale por onde corre apresenta um solo extremamente fértil, no qual se pratica intensamente a agricultura. Em consequência desse fato, Egito e Sudão contam com uma população numericamente superior à dos outros países em que o desertose faz presente. O Cairo é, por exemplo, a mais populosa cidade africana e uma das maiores do mundo, com mais de 11 milhões de habitantes.
Pouco significativa no Sudão, a indústria é no Egito mais desenvolvida e diversificada, notadamente a siderúrgica, a elétrica e a têxtil, bem como as de produto químicos e alimentícios. Também em solo egípcio e sudanês encontram-se reservas depetróleo e gás natural, além de ferro, fosfato e potássio.
África Ocidental
Essa região situa-se entre o deserto do Saara e o golfo da Guiné e abrange 17 países independentes, alguns de reduzida área territorial.
Os terrenos são antigos e, por essa razão, bastante erodidos, verificando-se a presença de formações rochosas cristalinas. Devido à sua posição geográfica, a região apresenta clima equatorial, com áreas de savanas ao norte e densas florestasao sul, onde os índices de pluviosidade são mais elevados.
Em virtude dessas características, a África Ocidental possui densidade demográfica maior que a da região do Saara. Concentra-se na Nigéria 60% de sua população, composta por negros do grupo sudanês.
Todos os países são economicamente subdesenvolvidos, constituindo a agricultura sua atividade predominante. A lavoura de subsistência alterna-se com o cultivo de produtos tropicais destinado à exportação - café, cacau, amendoim, banana e borracha.
A industrialização local, em expansão, depende em grande parte do capital estrangeiro. Os países mais desenvolvidos no setor são: Nigéria, Costa do Marfim e Senegal.
África Central
Essa região agrupa quatro países: República Centro-Africana, Congo, República Democrática do Congo e Angola. Situa-se na porção equatorial do continente, limitada pelo Atlântico a oeste e por altasescarpas montanhosas e grandes falhamentos a leste, verificando-se, no restante território, a alternância de planaltos e planícies cortados por rios caudalosos. O clima é quente e úmido nos países mais ao norte, verificando-se aí a presença de florestas equatoriais. Mais para sul da região predominam o clima tropical e a formação vegetal das savanas.
Trata-se de uma região de baixa densidade demográfica, cuja população compõe-se basicamente de negros, pertencentes em sua maioria ao grupo banto. As principais concentrações humanas ocorrem no Zaire e em Angola.
A agricultura assemelha-se à da África Ocidental. A exploração mineral é muito importante para o Zaire e Angola, onde se encontram jazidas de cobre, cobalto, manganês e ferro. O extrativismo vegetal, notadamente de madeira, reforça a economia da região.
Como em quase todo o continente, as indústrias são escassas, mas as descobertas de lençóis petrolíferos na faixa litorânea e o grande potencial hidrelétrico desses países oferecem-Ihes perspectivas de progresso.
África Oriental
Compreendida entre a Bacia do rio Congo e as águas do mar Vermelho e do oceano Índico, esta região agrupa dez países: Eritreia, Etiópia, Djibuti, Somália, Quênia, Tanzânia, Uganda, Ruanda, Burundi e Seychelles. A paisagem é bastante diversificada, verificando-se, em meio a poucas planícies e planaltos elevados, a presença de maciços montanhosos, grandes falhamentos, muitos vulcões e lagos. Predomina o clima tropical, com temperaturas atenuadas pela altitude. Avegetação também oferece um quadro variado: florestas equatoriais, savanas, estepes e formações típicas de áreas desérticas.
A sua composição étnica revela-se também não homogênea: na península da Somália, conhecida como "Chifre da África" ou "Corno de África" por causa do formato peculiar, a população predominante é de negros do grupo banto, ao passo que em outras áreas encontra-se expressivo número de camitas, árabes, indianos e europeus. O contingente que habita a zona rural é mais numeroso do que o urbano; dentre as cidades, destacam-se Nairóbi, Mogadíscio e Adis-Abeba.
A economia regional baseia-se na agricultura, que, organizada principalmente segundo o sistema de plantation, dedica-se aos produtos de exportação, como o café e o algodão. Os escassos recursos minerais consistem em pequenas jazidas deouro, platina, cobre, estanho e tungstênio. Também nessa região a industrialização não atingiu um satisfatório grau de desenvolvimento econômico.
A África Centro-oriental é uma das regiões mais pobres e conflituadas do continente e tem vivido crises de seca e fome (Somália e Etiópia) e sangrentos conflitos étnicos, como entre hutus e tutsis em Ruanda e Burundi.
África Meridional
Esta região, atravessada pelo Trópico de Capricórnio, é composta de doze Estados independentes. Em seu relevo predominam planaltos circundados pelas baixas altitudes da faixa litorânea. Em correspondência com o clima, que varia do tropical úmido ao desértico (na região do Calaari), passando pelo mediterrâneo, encontra-se uma vegetação também diversificada, em que se verifica a presença de savanas, estepes e até mesmo florestas (junto à costa do oceano Índico).
As reservas minerais constituem seu principal sustentáculo econômico. Destaca-se a mineração na África do Sul (ouro, diamantes, crômio e manganês) e na Zâmbia (cobre e cobalto). Como atividade geradoras de renda pode-se citar ainda a agricultura, representada por produtos de clima mediterrâneo (vinhas, oliveiras e frutas) e de clima tropical (cana-de-açúcar, café, fumo e algodão), além da criação extensiva de gado bovino.
Na África do Sul, o país mais industrializado do continente, as indústrias concentram-se nas regiões metropolitanas de Joanesburgo, Cidade do Cabo e Durban. Este país teve a segregação racialoficializada pelo apartheid. Através desse regime, 15,5% da população, formada por brancos, dominava o país até 1994. As desigualdades sociais entre brancos e não-brancos são muito grandes.
A Namíbia, país independente desde 1990, esteve subordinada à África do Sul durante 70 anos. Originalmente colonizada por alemães, passou para o controle sul-africano após a Primeira Guerra Mundial. O primeiro governante eleito da Namíbia independente foi Sam Nujoma, líder do movimento guerrilheiro por 30 anos.
Demografia
África é o terceiro continente em extensão territorial, e o segundo continente mais populoso (atrás da Ásia) com cerca de um bilhão de pessoas (estimativa para 2005 ), representando cerca de um sétimo da população do mundo, cifra que lhe confere uma densidade demográfica de cerca de 30 habitantes por quilômetro quadrado.
Essa pequena ocupação demográfica encontra explicações nos seguintes fatores:
- grande parte do continente é ocupada por áreas desfavoráveis a concentrações humanas: desertos, florestas densas e emaranhadas e formações vegetais típicas de solos pobres;
- os índices de mortalidade são muito altos; embora tenham diminuído nos últimos 50 anos, ainda se mantêm superiores aos de outros continentes;
- a África é um continente que recebeu correntes migratórias; ao contrário, perdeu inúmeros habitantes na época do tráfico de escravos.
A população africana caracteriza-se também pela distribuição irregular. O vale do Nilo, por exemplo, possui densidade demográfica de 500 hab./km, enquanto os desertos e as florestas são praticamente despovoados. Outros pontos de alta densidade são o golfo da Guiné, as áreas férteis em torno do Lago Vitória e alguns trechos no extremo norte e no extremo sul do continente. As regiões das savanas, de maneira geral, são áreas de densidades demográficas médias.
Poucos países africanos apresentam população urbana numericamente superior à rural; entre os que se enquadram nesse caso estão Argélia, Líbia e Tunísia.
A quase totalidade dos países africanos exibe características típicas do subdesenvolvimento: elevadas taxas de natalidade e de mortalidade, bem expectativa de vida muito baixa. Resulta desses fatores a preponderância de jovens na população, que, além de apresentarem menor produtividade, requisitam grandes investimentos em educação e nível de emprego.
Em correspondência com os diferentes ramos étnico-culturais, encontram-se na África três religiões principais: o Islão, que se manifesta sobretudo na África Branca, mas é também professado por numerosos povos negros; o cristianismo, religião levada por missionários e professada em pontos esparsos do continente; e as religiões tradicionais africanas centradas no animismo, seguido em toda a África Negra. Esta última corrente religiosa, na verdade, abrange grande número de seitaspoliteístas, que possuem em comum a crença na força e na influência dos elementos da natureza sobre o destino dos homens.
Da mesma forma que as religiões, existem inúmeras línguas no continente: várias línguas de origem africana e os idiomas introduzidos pelos colonizadores, utilizados até hoje. Os principais são: árabe, inglês, francês, português, espanhol eafricâner, língua oriunda do neerlandês, falada pelos descendentes de neerlandeses, alemães e franceses da África do Sul e da Namíbia.
Cinco dos países de África foram parte do Império Português e usam a língua portuguesa como oficial (ver PALOP). Em Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe ainda são falados crioulos de base portuguesa.