quinta-feira, 25 de julho de 2013

Brasil na Primeira Guerra Mundial

O Brasil foi o único país latino-americano a participar da Primeira Guerra Mundial.
No início do século XX, cresceram intensamente as tensões na corrida capitalista entre os países europeus. Itália e Alemanha eram países recém unificados e participavam desse contexto oferecendo tempero especial, uma vez que procuravam recuperar o tempo perdido em relação aos demais países e, assim, conquistar suas próprias colônias.
Essa é a era do imperialisto, na qual as colônias não eram mais ocupadas por metrópoles, mas exploradas em questão de influência capitalista e servindo como fontes de matérias primas que impulsionavam a industrialização europeia. Na década de 1910, a tensão existente pela constante disputa de interesses assumiu vias diretas de combate. Iniciava-se, assim, a Primeira Guerra Mundial, em 1914.
A Primeira Guerra Mundial envolveu vários países europeus em combate armado, porém todos foram impactados. Do outro lado do Atlântico, o Brasil se declarou neutro perante o combate que era travado no Velho Mundo. Sem envolvimento direto com o conflito, o governo brasileiro cedeu um navio chamado Rio Branco para ser operado pelos ingleses no combate. Esta foi a única perda do Brasil antes de se envolver com a guerra, pois, em 1916, os alemães afundaram o navio que, na ocasião, estava tripulado por noruegueses. Embora o Brasil não tenha sido diretamente atacado, já que o navio estava a serviço dos ingleses e era tripulado por soldados noruegueses, o evento causou certa comoção nacional, mas o contexto na situação não caracterizava um ataque ilegal da Alemanha ao Brasil. A população realmente se manifestou com indignação atacando e destruindo vários estabelecimentos alemães no Brasil com o ataque sofrido pelo vapor brasileiro Paraná. O navio brasileiro era um dos maiores da marinha mercante da época e foi torpedeado por alemães em águas neutras, matando três brasileiros. Este evento causou grandes manifestações e fragmentou a relação diplomática que era mantida com o Império Alemão até então.
Pior do que o naufrágio de um navio, foram as consequências que a guerra trouxe não só para o Brasil, mas para as relações diplomáticas e econômicas mundiais. No início do século XX, o Brasil tinha sua economia fortemente baseada na exportação de café. A guerra obrigava a mudança da destinação dos recursos dos países envolvidos, o que fez cair o volume de café exportado pelo Brasil, impactando mais diretamente a economia.
O crescimento dos desentendimentos diplomáticos, contudo, levou o Brasil a romper com o bloco germânico e ingressar na Primeira Guerra Mundial. Enquanto outros navios brasileiros eram atacados, o Brasil respondia da mesma forma e aprisionando navios alemães em portos brasileiros. Ao declarar guerra, o Brasil posicionou-se ao lado dos países aliados e abriu seus portos para os companheiros em combate. O país enviou para o continente europeu uma missão médica composta por civis e militares. Chegou-se a elaborar um plano militar que recebeu o nome de Plano Galógeras, porém a guerra terminou antes de qualquer execução. O Brasil só enviou um grupo de sargentos e oficiais à Europa para uma missão preparatória junto ao exército francês, o que também não resultou em nenhum envolvimento com combate. Coube mesmo à marinha a maior participação na Primeira Guerra Mundial, embora tenha sido uma participação muito modesta também.
A participação do Brasil na guerra possibilitou que o governo brasileiro ocupasse uma cadeira na Conferência de Paz de Paris, que originou o Tratado de Versalhes, e, assim, foi possível receber o pagamento de indenização por parte da Alemanha por ter prejudicado o comércio de café brasileiro. O Brasil também foi um dos fundadores da Liga das Nações.
Inicialmente, o Brasil foi impactado pela Primeira Guerra Mundial por reduzir drasticamente o comércio de seu principal produto de exportação, o café. Com o fim do conflito armado, houve uma grande demanda por diversos gêneros alimentícios, o que permitiu uma dinamização da economia brasileira e reaquecimento da economia. Além disso, o estrago feita pela Primeira Guerra Mundial no continente europeu possibilitou que o Brasil passasse por um surto de industrialização, influenciando ainda mais na dinamização da economia e na diminuição de produtos importados.

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