segunda-feira, 31 de março de 2014

radioatividade

radioatividade (AO 1945: radioatividade) (também chamado de radiatividade (AO 1945: radiatividade)) é um fenômeno natural ou artificial, pelo qual algumas substâncias ou elementos químicos, chamados radioativos, são capazes de emitir radiações, as quais têm a propriedade de impressionar placas fotográficas, ionizar gases, produzir fluorescência, atravessar corpos opacos à luz ordinária, etc. As radiações emitidas pelas substâncias radioativas são principalmente partículas alfa,partículas beta e raios gama. A radioatividade é uma forma de energia nuclear, usada em medicina (radioterapia), e consiste no fato de alguns átomos como os do urânio, rádio e tório serem “instáveis”, perdendo constantemente partículas alfa, beta e gama (raios-X). O urânio, por exemplo, tem 92 prótons, porém através dos séculos vai perdendo-os na forma de radiações, até terminar em chumbo, com 82 prótons estáveis. Foi observada pela primeira vez pelo francês Henri Becquerel em 1896 enquanto trabalhava em materiais fosforescentes.
A radioatividade pode ser:
  • Radioatividade natural ou espontânea: É a que se manifesta nos elementos radioativos e nos isótopos que se encontram na natureza e poluem o meio ambiente.
  • Radioatividade artificial ou induzida: É aquela que é provocada por transformações nucleares artificiais.
  • Visão Geral

    O fenômeno da desintegração espontânea do núcleo dum átomo com a emissão de algumas radiações é chamado radioatividade. A Radioatividade transforma núcleos instáveis fazendo surgir as radiações α, β e γ.
    A lei fundamental do decaimento radioativo afirma que a taxa de transformação de núcleos radioativos é proporcional ao número de átomos dos núcleos:
    N=N_{o}.e^{-\lambda.t}
    Esta é a equação da lei básica para a radioatividade.
    A medida da intensidade da radioatividade é feita em duas unidades que são:
    • Curie: Definido como a quantidade de material radioativo que
    dá 3,7\times10^{10} desintegrações por segundo.
    • Rutherford (Rd): é definido como a quantidade de substância radioativa que dá 10^{6} desintegrações por segundo.
    Na natureza existem elementos radioativos que exibem transformação sucessiva, isto é, um elemento decai em substância radioativa que também é radioativa. Na transformação radioativa sucessiva, se o número de nuclídeos qualquer membro da cadeia é constante e não muda com o tempo, é chamado em equilíbrio radioativo.3 A condição de equilíbrio é portanto:
    N_{p}=-\lambda_{p}N_{p}=0
    \frac{dN_{d}}{dt}=-\lambda_{D}N_{D}=0
    ou
    \lambda_{p}N_{p}= \lambda_{D}N_{D}
    \lambda_{p}N_{p}= \lambda_{G}N_{G}.
    Onde os subscritos P, D e G indicam núcleo pai (do Inglês parent), núcleo filha/o (do Inglês Daughter) e núcleo neta/o (do Inglês granddaughter) respectivamente.
    O estudo da radioatividade e radioisótopos tem várias aplicações na ciência e tecnologia. Algumas delas são:
    1. Determinação da idade de materiais antigos com auxílio de elementos radioativos.
    2. Análises para obtenção de vestígios de elementos.
    3. Aplicações médicas como diagnóstico e tratamento.

    Radioatividade artificial

    Produz-se a radioatividade induzida quando se bombardeiam certos núcleos com partículas apropriadas. Se a energia destas partículas tem um valor adequado, elas penetram no núcleo bombardeado formando um novo núcleo que, no caso de ser instável, se desintegra posteriormente. Foi realizada pela primeira vez pelo físico neozelandês Ernest Rutherford, ao bombardear átomos de nitrogênio, com partículas alfas, obtendo oxigênio. Sendo estudada pelo casal “Joliot-Curie” (Frédéric Joliot e Irène Joliot-Curie), bombardeando núcleos de boro e alumínio com partículas alfa, eles observaram que as substâncias bombardeadas emitiam radiações após retirar o corpo radioativo emissor das partículas alfa. O estudo da radioatividade permitiu um maior conhecimento da estrutura dos núcleos atômicos e das partículas subatômicas. Abriu-se a possibilidade da transmutação dos elementos, ou seja, a transformação de elementos em elementos diferentes. Inclusive o sonho dos alquimistas de transformar outros elementos em ouro se tornou realidade, mesmo que o processo economicamente não seja rentável.4
    Wilhelm Röntgen em seu laboratório
    A descoberta dos raios X foi o primeiro tipo de radiação a ser descoberta.
    Em 1896, Henri Becquerel (1852-1908) estudava, na École Polytechnique, a possibilidade de que o sol poderia provocar a emissão de raios X pelos cristais. O método por ele utilizado era de que o colocava-se cristais perto de placas fotográficas envoltas em um papel escuro, tendo uma tela composta de fios de cobre entre os dois.
    Os raios de sol causando a emissão dos raios X nos cristias , os mesmos deveriam penetrar no papel escuro, mas não penetrando nos fios de cobre da tela e assim o cientista poderia ver a fotografia da tela na placa. Em seguida Becquerel colocou a tela em uma gaveta e deixou o cristal sem nenhuma proteção sobre uma mesa. Retornou , dias depois, e viu que nela havia uma impressão da tela de cobre. Sua conclusão foi a de que a radiação emitida pelo cristal (no caso de urânio) não havia sido provocada pelo Sol , e sim por alguma propriedade do mesmo cristal. Mais tarde Becquerel repetiu a experiência colocando o cristal e a placa fotográfica dentro de uma caixa blindada e obteve o mesmo resultado.
    Em 1898, Marie (1867-1934) e Pierre Curie (1859-1906) descobriram elementos que produzem os raios catódicos, por exemplo, o rádio. Observando que a radiação deste elemento era maior que a do urânio. Logo a seguir batizou este fenômeno de radioatividade.
    Logo após, Ernest Rutherford achou dois tipos de raios, os quais ele batizou de alfa e beta. O raio beta tendo uma característica de alto poder de penetração e o raio alfa, ao contrário, pequeno poder de penetração. Os raios beta são elétrons e os raios alfa são núcleos de hélio. Logo em seguida descobriu-se que os raios beta, ao serem defletidos em campos elétricos, mostravam ter carga negativa e tinham uma velocidade muito maior do que a dos raios catódicos - os raios beta são elétrons que vêm de dentro do núcleo e com muito mais energia. Rutherford, por outro lado, mostrou que a relação carga-massa do raio alfa era parecida com a do hidrogênio e que sua carga era duas vezes maior do que a do hidrogênio. Descobriu, portanto, o primeiro núcleo mais pesado que o hidrogênio - o hélio. 

    Quantização da radioatividade

    O decaimento radioativo é um processo que envolve conceitos de probabilidade. Partículas dentro de um átomo têm certas probabilidades de decair por unidade de tempo de uma maneira espontânea. A probabilidade de decaimento é independente da vida previa da partícula. Por exemplo se N(t) é considerado o número de partículas como função do tempo, então, temos a taxa de decaimento sendo proporcional a N.
    Formulando matematicamente temos:
    \frac{-dN(t)}{dt}=\lambda N
    A constante de proporcionalidade tem dimensão inversalmente proporcial ao tempo.
    N(t) = N_{0}e^{-\lambda t}
    onde N_{0} é o número inicial de partículas. O número de partículas de um dado elemento decai exponencialmente numa taxa diretamente proporcional ao elemento. Define-se a vida média de um elemento como
    \tau = \frac {1}{\lambda}
    Tendo um exemplo de muitas partículas, 1/e delas (cerca de 37,8%) não decairão após um tempo \tau . Na Física Nuclear trabalha-se com o conceito de vida média, que é o tempo depois do qual a amostra se reduziu à metade.
    Relacionando essas duas quantidades ,assim temos:
    e^{-t1/2/\tau} = \frac{1}{2} \Rightarrow t1/2 = \tau \ln 2

    Tipos de decaimento

    Quanto aos tipos de radiação radioativa, descobriu-se que um campo elétrico ou magnético podia separar as emissões em três tipos de raios. Por falta de melhores termos, os raios foram designados alfabeticamente como alfa, beta e gama, o que se mantém até hoje. Enquanto que o decaimento alfa foi apenas observado nos elementos mais pesados (número atómico 52, telúrio, e maiores), os outros dois tipos de decaimento foram observados em todos os elementos.8
    Ao analisar-se a natureza dos produtos do decaimento, tornou-se óbvio a partir da direção das forças eletromagnéticas produzidas sobre as radiações pelos campos magnético e elétrico externos, que os raios alfa tinham carga positiva, os raios beta carga negativa, e que os raios gama eram neutros. A partir da magnitude de defleção, era claro que as partículas alfa eram muito mais maciças do que as partículas beta. Fazer passar partículas alfa através de uma janela de vidro muito fina e encerrá-las numa lâmpada de néon permitiu aos investigadores estudarem o espectro de emissão do gás resultante, e finalmente demonstrarem que as partículas alfa são núcleos de hélio. Outras experiências mostraram a semelhança entre a radiação beta clássica e os raios catódicos: são ambos fluxos de eletrões. De igual modo, descobriu-se que a radiação gama e os raios-X são formas semelhantes de radiação eletromagnética de alta-energia.8
    Embora os decaimentos alfa, beta e gama sejam os mais comuns, outros tipos seriam descobertos. Pouco depois da descoberta do positrão em produtos de raios cósmicos, percebeu-se que o mesmo processo que opera no decaimento beta clássico pode também produzir positrões (emissão positrênica). Num processo análogo, descobriu-se que ao invés de emitirem positrões e neutrinos, alguns nuclídeos ricos em protões capturavam os seus próprios eletrões atômicos (captura eletrônica), e emitem apenas um neutrino (e geralmente também um raio gama). Cada um destes tipos de decaimento envolve a captura ou emissão de eletrões ou positrões nucleares, e leva o núcleo a aproximar-se da razão entre neutrões e protões que tem a menor energia para um dado número total de nucleões (neutrões mais protões).
    Pouco tempo após a descoberta do neutrão em 1932, Enrico Fermi descobriu que certas reações de decaimento raras produziam neutrões como partícula de decaimento (emissão de neutrões). A emissão protónica isolada acabaria por ser observada em alguns elementos. Foi também descoberto que alguns elementos mais pesados podem sofrer fissão espontânea resultando em produtos de composição variável. Num fenómeno chamado decaimento aglomerado, observou-se que eram emitidas ocasionalmente pelos átomos combinações específicas de neutrões e protões (núcleos atómicos), que não as partículas alfa.
    Foram descobertos outros tipos de decaimento radioativo que emitiam partículas já conhecidas, mas por meio de mecanismos diferentes. Um exemplo é a conversão interna, a qual resulta na emissão eletrónica e por vezes emissão de fotões de alta-energia, embora não envolva nem decaimento beta nem decaimento gama. Este tipo de decaimento (como o decaimento gama de transição isomérica) não transmuta um elemento em outro.8
    São conhecidos eventos raros que envolvem a combinação de dois eventos de decaimento beta com ocorrência simultânea. É admissível qualquer processo de decaimento que não viole as leis de conservação da energia ou do momento (e talvez outras leis de conservação) , embora nem todos tenham sido detectados.

    Primeira Lei da Radioatividade

    Quando um radioisótopo emite uma partícula alfa (α) originará um novo elemento que apresenta redução de duas unidades em seu número atômico (Z -2 prótons) e redução de 4 unidades em seu número de massa (A – 4).
    Por exemplo, o plutônio apresenta número de massa igual a 242 e número atômico de 94, ao emitir uma partícula alfa (α), será transmutado a urânio com número de massa igual a 238 e número atômico, 92.

    Segunda Lei da Radioatividade

    Quando um radioisótopo emite uma partícula beta (β) o seu número atômico aumenta em uma unidade e o seu numero de massa praticamente não sofre alteração.
    A desintegração de um nêutron no núcleo de um radioisótopo instável gera: um próton, uma partícula beta (β), um antineutrino, radiação gama. Por isso, o número atômico aumenta em uma unidade, já que nesse núcleo houve a formação de um novo próton.
    Por exemplo, o tório apresenta massa atômica igual a 234 e número atômico, 90; ao emitir uma partícula beta (β), será transmutado a protactíneo, que apresenta massa atômica igual a 234 e número atômico, 91.

    Decaimento Radioativo como um Processo Estatístico

    A lei de decaimento radioativo, foi deduzida a partir da suposição que decaimento radioativo num intervalo de tempo dado \Delta t.
    A ideia é que todos os núcleos dum dado elemento químico são indistinguíveis. O melhor que se pode fazer é determinar o número médio de núcleos sofrendo decaimento no intervalo de tempo a partir de t até t + \Delta t.
    Assim, o que nós temos é um processo estatístico, isto é, o decaimento dum dado núcleo é um evento aleatório possuindo uma certa probabilidade de ocorrência.
    A probabilidade de decaimento por unidade de tempo por núcleo pode ser deduzida como se segue. Se nós temos N núcleos originais e o número que sofre decaimento no intervalo de tempo \Delta t é \Delta N , então o decrescimento relativo,
    -\frac{\Delta N}{N} no número de núcleos por unidade de tempo, isto é, a quantidade
    -\Bigg(\frac{\Delta N}{N}\Bigg) \Delta t dá a probabilidade de decaimento por unidade de tempo por núcleo.
    Esta definição concorda com o significado da constante de decaimento, \lambda.
    Por definição, a constante de decaimento é a probabilidade de decaimento por unidade de tempo por unidade de núcleo.

    Determinação de idade a partir da Radioatividade (Datação Radiométrica)

    O decrescimento no número de núcleos radioativos de acordo com a lei de decaimento radioativo, pode ser usada como um meio para medir o tempo que passou desde que uma amostra contendo, inicialmente N_{o} átomos radioativos e o instante quando o seu número é N.
    Em outras palavras, radioatividade disponibiliza uma espécie de escala de tempo. De acordo com a lei de radioatividade: N=N_{o}.e^{-\lambda t} o intervalo de tempo entre os instantes em que o número de núcleos radioativos é N_{o} e N é:
    t=\Bigg(\frac{1}{\lambda}\Bigg)\ln\Bigg(\frac{N_{o}}{N}\Bigg) = 1.44_{1/2}\ln\Bigg(\frac{N_{o}}{N}\Bigg)
    Como regra, N representa o número de núcleos não transformados no tempo presente, de modo que a equação acima dá a idade da amostra contendo os núcleos radioativos.
    Nos estudos geológicos, uma escala de tempo radioativa diferente é necessária para cada aplicação. Ao determinar a idade das rochas, por exemplo, alguém deverá usar uma escala de tempo radioativa suficientemente lenta, isto é, decaimentos radioativos com meia vida da mesma ordem de grandeza que as épocas geológicas que ronda para centenas de milhões ou mesmo milhões de milhões de anos. Esta condição é satisfeita pela meia vida de ^{238}U e ^{235}U.
    O Urânio que ocorre naturalmente (que existe na natureza) é na verdade uma mistura de ambos. As suas meias-vidas são 4500 milhões e 900 milhões de anos, respectivamente.
    No presente, o Urânio quimicamente puro e ocorrendo naturalmente, contém
    99,28%\;^{238}_{92}U,0,714%\;^{235}_{92}U,0,006%\;^{234}_{92}U
    sendo o último o produto de decaimento radioativo de ^{234}U. ado que o seu conteúdo é muito pequeno, o urânio 234 pode ser ignorado.
    Cada um dos isótopos ^{234}_{92}U e ^{238}_{92}U é pai da sua própria série radioativa, ambas as quais terminam em isótopos de Chumbo. Assim, núcleos de Chumbo são os produtos finais do decaimento radioativo de núcleos de Urânio.
    Usando o rácio entre Urânio natural e o chumbo obtido deste, alguém pode determinar prontamente o intervalo de tempo durante o qual esta quantidade de chumbo se acumulou.
    Na arqueologia, radioatividade é usada para determinar a idade de objetos encontrados nas escavações. Em tais aplicações, a escala de tempo de Urânio não é apropriada por pelo menos duas razões: Por uma coisa, artefatos nunca contiveram Urânio. Por outra, o relógio de escala de tempo de Urânio é muito lenta para a história humana onde o tempo é muitas vezes medido em séculos ou milênios. Em outras palavras, para determinar a idade de objetos arqueológicos precisa-se de escala de tempo radioativo com a meia vida de alguns séculos ou milênios. A natureza disponibilizou tal escala de tempo.
    As partículas que constituem os chamados raios cósmicos primários são extremamente energéticas e, colidindo com os núcleos de elementos que formam a atmosfera da Terra, quebra-os em fragmentos. Estes fragmentos, são altamente energéticos também, e formam os chamados raios cósmicos secundários. A interação dos raios cósmicos com os núcleos do nitrogênio atmosférico transforma-os em núcleos de carbono com número de massa 14, em vez de 12, como acontece com o carbono ordinário. ^{14}_{6}C eia vida de cerca de 5570 anos o qual serve muito bem para arqueologistas. Além disso, porque a intensidade dos raios cósmicos primários permanece praticamente constante, existe um fornecimento invariável de carbono radioativo na atmosfera. O carbono radioativo produz dióxido de carbono radioativo através das plantas e cadeia alimentar, encontra o seu caminho nos animais e torna-se parte dos seus órgãos e tecidos.
    Numa planta viva ou animal, a percentagem do conteúdo de carbono radioativo em comparação com o carbono ordinário não muda com o tempo, porque quaisquer perdas tornam-se boas pela alimentação. Se, contudo, a planta ou animal morre, a alimentação não pode mais substituir a perda do carbono radioativo. Assim, pode-se determinar o tempo passando desde a morte do organismo ou a idade do artifício feito de material orgânico.
    Usando um contador de partículas electrizadas, foi descoberto que o carbono 14 sofre decaimento através da emissão de partículas beta que um grama de carbono radioativo contém na celulose duma árvore viva ou recentemente cortada, a atividade de um isótopo radioativo é 17,5 partículas por minuto. Isto é, a atividade de um isótopo radioativo é 17,5 decaimentos por minuto.
    Convertendo, t_{1/2} = 5570 anos em minutos, encontramos o número de núcleos de ^{14}_{6}C que tem este valor de atividade:
    \begin{align}
N&= (1/\lambda)(\Delta N /\Delta t)\\
&=1.44t_{1/2}(\Delta N / \Delta t)\\
&=1.44\times 5570 \times 365\times 24\times 60\times 1.75\\
&\approx 7.5\times 10^{10}
\end{align}
    Assim, um grama de carbono na celulose duma árvore viva ou recentemente cortada contém 75000 milhões núcleos de carbono radioativo. Este número diminui progressivamente porque não é mais substituído (e isto acontece quando a árvore é cortada), o número original decresce com o tempo. Isto é, a atividade do carbono radioativo restante irá decrescer progressivamente. Se nós compararmos a sua atividade presente à atividade que estava presente quando a madeira foi cortada, podemos determinar o intervalo de tempo entre estes dois instantes.
    Quando esta técnica é aplicada em artefatos de madeira muitas vezes encontrados nas escavações arqueológicas, na verdade determina-se o tempo no qual a árvore foi cortada. Isto dá a idade do artefacto feito a partir da madeira dessa árvore.

    Fissão Nuclear

    Esquema de fissão nuclear
    A fissão nuclear ocorre quando um átomo instável, por exemplo, o de urânio (235 U) é bombardeado por um nêutron, levando à formação de bário(142 Ba) e criptônio (91 Kr) dois ou três novos nêutrons e energia.
    Os nêutrons gerados na fissão podem se chocar com outros núcleos instáveis de urânio (235 U) repetindo o processo em cadeia, que se intensifica de modo exponencial, levando à grande liberação de energia.
    Caso haja uma quantidade mínima de material radioativo, denominada massa crítica, a reação seguirá até a fissão do último átomo de urânio de forma muito rápida, com liberação de uma imensa quantidade de energia. Esse é o princípio da bomba nuclear.
    Quando a reação de fissão nuclear envolve menores quantidades de urânio (235 U) e o bombardeamento do núcleo atômico por nêutrons ocorre de modo controlado; por exemplo, limitando a velocidade dos nêutrons com o uso de água pesada, ou pela remoção de parte dos nêutrons gerados durante a fissão com o uso de grafite, que absorve o excesso de nêutrons. Haverá liberação regulada de energia, que, pode, por exemplo, gerar energia elétrica nas usinas nucleares.

    Usinas Nucleares

    Uma usina nuclear apresentará um ou mais reatores nucleares, esses possuem blindagem (aço e concreto) para formar um circuito fechado e, assim, impedir a saída de nêutrons e raios gama (γ) nocivos à saúde dos seres vivos.
    O reator gera energia através da fissão de combustíveis radioativos (urânio-235, plutônio239, tório-232). Atualmente, tem-se utilizado uma mistura de óxidos de plutônio e urânio (MOX) como combustível radioativo.
    Essa energia produz calor que é utilizado para geração de vapor de água, que move turbinas de um gerador elétrico levando à produção de energia elétrica. Um reator nuclear apresentará as seguintes partes:
    1. Blindagem: para isolar o sistema, evita a saída de nêutrons e radiação gama (γ) para o meio externo.
    2. Cápsulas de combustível: abrigam o material fissionável, por exemplo, urânio-235.
    3. Moderador: estão espalhados pelo reator, tem por função reduzir a velocidade dos nêutrons e desse modo controlar o processo de fissão. Geralmente, utiliza-se água pesada como eficiente moderador.
    4. Material de controle: são barras que ficam entre as cápsulas de combustível, a fim de absorver nêutrons de modo a finalizar a reação de fissão nuclear, ou moderar sua intensidade. As barras de controle são feitas de cádmio ou boro, materiais com grande capacidade de absorver nêutrons.
    5. Refrigerador: circula, por exemplo, água leve que absorve calor, essa energia pode ser levada até um trocador de calor, que produzirá vapor de água para acionar as turbinas de um gerador elétrico.

    Radioterapia

    A radioterapia envolve a aplicação de radiações ionizantes capazes de criar íons e radicais livres nas células situadas no campo de irradiação. Como a capacidade de reparo das células tumorais é menor, os íons formados e os radicais livres danificam o DNA da célula neoplásica levando-a a morte.
    As radiações ionizantes empregadas na radioterapia podem ser raios X, ou raios gama emitidos, por exemplo, por uma cápsula de cobalto.
    A radioterapia pode apresentar como efeitos colaterais distúrbios nos tecidos com maior potencial de divisão celular: epiderme, mucosas, células germinativas, tecido hematopoiético; assim, se tais tecidos estiverem no campo de irradiação podem ocorrer, respectivamente, lesões epidérmicas, mucosites, parada da produção de gametas e redução da formação de glóbulos brancos e plaquetas. Todos os casos devem ser tratados, pois, em geral, o quadro é reversível.

    Cintilografia com contraste radioativo

    Certos radioisótopos podem ser empregados em exames por imagens de órgãos. Como no caso da cintilografia que detecta a radiação emitida pelo contraste absorvido por um determinado órgão; forma-se a imagem da estrutura anatômica e, é possível inferir também o seu grau de atividade fisiológica.
    O radioisótopo deve ser empregado em baixas dosagens para não comprometer a saúde do paciente. Uma característica importante do contraste é apresentar meia vida curta, ou seja, precisa se desintegrar rapidamente para não causar danos fisiológicos no organismo.

    Tabela de modos de decaimento

    Os radionuclídeos podem sofrer várias reações diferentes, resumidas na tabela seguinte, Um núcleo com o número de massa A e número atômico Z é representado como (AZ). A coluna "Núcleo filho" indicam a diferença entre o novo núcleo e o núcleo original. Assim, (A − 1, Z) significa que o número de massa é menor em uma unidade que antes, mas que o número atómico é o mesmo que antes.
    Modo de decaimentoPartículas participantesNúcleo filho
    Decaimentos com emissão de nucleões:
    Emissão alfaUma partícula alfa| (A = 4, Z = 2) emitida do núcleo(A − 4, Z − 2)
    Emissão de protãoUm protão ejetado do núcleo(A − 1, Z − 1)
    Emissão de neutrãoUm neutrão ejetado do núcleo(A − 1, Z)
    Dupla emissão de protãoDois protões ejetados do núcleo em simultâneo(A − 2, Z − 2)
    Fissão espontâneaO núcleo desintegra-se em dois ou mais núcleos menores e outras partículas
    Decaimento aglomeradoO núcleo emite um tipo específico de núcleo menor (A1Z1) menor ou maior que uma partícula alfa(A − A1Z − Z1) + (A1,Z1)
    Diferentes modos de decaimento beta:
    Decaimento βUm núcleo emite um eletrão e um antineutrino de eletrão(AZ + 1)
    Emissão de positrão (Decaimento β+)Um núcleo emite um positrão e um neutrino de eletrão(AZ − 1)
    Captura eletrônicaUm núcleo captura um eletrão orbital e emite um neutrino o núcleo filho é deixado num estado excitado instável(AZ − 1)
    Decaimento beta de partícula compostaUm núcleo sofre decaimento beta de eletrão e antineutrino, mas o eletrão não é emitido, pois é capturado por uma orbital K vazia; o núcleo filho é deixado num estadoexcitado e instável. O processo é suprimido exceto em átomos ionizados que têm vagas na orbital K(AZ + 1)
    Decaimento beta duploUm núcleo emite dois eletrões e dois antineutrinos(AZ + 2)
    Captura eletrónica duplaUm núcleo absorve dois eletrões orbitais e emite dois neutrinos – o núcleo filho é deixado num estado excitado e instável(AZ − 2)
    Captura eletrônica com Emissão de positrãoUm núcleo absorve um eletrão orbital, emite um positrão e dois neutrinos(AZ − 2)
    Emissão dupla de positrãoUm núcleo emite dois positrões e dois neutrinos(AZ − 2)
    Transições entre estados do mesmo núcleo:
    Transição isoméricaNúcleo excitado liberta um fotão de alta-energia (raio gama)(AZ)
    Conversão internaNúcleo excitado transfere energia para um eletrão orbital e é ejetado do átomo(AZ)

    Leis de Soddy e Fajans

    As leis da desintegração radioativa, descritas por Soddy e Fajans, são:
    • Quando um átomo radioativo emite uma partícula alfa, o número de massa do átomo resultante diminui em 4 unidades e o número atômico em 2 unidades.
    • Quando o átomo radioactivo emite uma partícula beta, o número de massa do átomo resultante não varia e o seu número atômico aumenta em 1 unidade.
    • Quando um núcleo "excitado" emite uma radiação gama não ocorre variação no seu número de massa e número atômico, porém ocorre uma perda de uma quantidade de energia "hν".
    Desse modo, a emissão de partículas alfa e beta pelos átomos instáveis muda seu número atómico, transformando-os em outros elementos. O processo de desintegração nuclear só termina com a formação de átomos estáveis. O urânio-238, por exemplo, vai sofrendo decaimento até formar o elemento chumbo-206.

    Leis da Radioatividade

    • 1ª Lei- quando um átomo emite uma partícula alfa, seu número atômico diminui de duas unidades e sua massa atômica de quatro unidades.
    • 2ª Lei- quando um átomo emite uma partícula beta, seu número atômico aumenta de uma unidade.
    As radiações gama não alteram o número atômico nem o número de massa do átomo. Quando um átomo emite uma partícula radioativa dizemos que ele sofreu uma desintegração.

    Radioatividade na cultura popular

    Na cultura popular, a radioatividade é amplamente abordada na ficção, principalmente em games com a série Fallout, Resident Evil, Metro 2033 e S.T.A.L.K.E.R. Nos filmes, é abordada em filmes como K-19: The Widowmaker, O Livro de Eli, Broken Arrow, A Soma de Todos os Medos,Chernobyl, entre outros.



domingo, 30 de março de 2014

Hernán Cortés

Hernán Cortés Monroy Pizzarro Altamirano 1°. Marquês do Vale de Oaxaca (MedellínEstremaduraEspanha1485 - Castelleja de la CuestaSevilha , 2 de Dezembro de 1547) foi um conquistador espanhol, conhecido por ter derrubado o Império Asteca de Montezuma e conquistar o centro do atual território do México.

Nome

Comumente referido como "Hernán Cortés", durante a época em que viveu, o conquistador autodenominava-se "Hernando Cortés" ou "Fernando Cortés". Em castelhano padrão, as letras z e s têm sons diferentes (/θ/ e /s/, respectivamente).
Particularmente Cortez foi diferente de seus antecessores que não procuravam saber nada sobre os índios. Ele tinha uma percepção política e histórica de seus atos. O historiador Tzvetan Todorov atribui a Cortez a invenção de uma tática de guerra de conquista e, por outro lado, a invenção de uma política de colonização em tempos de paz.

Primeiros anos

Gravura representando Cortés e Malinche.
Hernán Cortés nasceu em família humilde, apesar de nobre. Aos quatorze anos foi estudar direito e latim na Universidade de Salamanca, porém não concluiu seus estudos e após dois anos retornou a Medellín .
Após abandonar os estudos, Hernán Cortés escolheu ingressar na armada. Foi somente aos dezenove anos, em 1504, que Cortés partiu para a sua primeira viagem ao oeste, após trabalhar como escrivão da Corte em Valladolid . Sob o comando de Diego Velázquez, Cortés foi bem sucedido em sua primeira missão em busca de ouro. Como recompensa, o governador Nicolás de Ovando o contemplou com terras e indígenas para nela trabalharem (repartimiento), e ali ele se fixou como colono .

Viagem ao Novo Mundo

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Cuba

Em 1511, novamente sob o comando de Diego Velázquez, Hernán Cortés partiu para mais uma missão de conquista, em Cuba. Ao principio de sua permanência em Cuba, Cortés foi nomeado um dos secretários de Velásquez e pouco tempo depois, prefeito de Santiago de Baracoa. Ao término da missão, recebeu indígenas e terras e foi morar ao sul da ilha, em Santiago. Entre 1514 e 1515, Cortés se casa com Catalina Xuárez, nativa de Granada.
Em 1517 e 1518, partiram de Cuba duas expedições que confirmaram a existência de um vasto e rico país a oeste da ilha . A primeira, capitaneada por Francisco Hernández de Córdoba, explorou a península de Yucatán. No ano seguinte desta expedição, outra expedição foi organizada por Juan de Grijalva com o propósito de continuar a exploração na costa de Yucatán. A partir desta empreitada, as relações entre Cortés e Velázquez entraram em conflito.

Conquista do México

Em 23 de outubro de 1523, Cortés é nomeado capitão de uma nova expedição para reconhecer terras mexicanas. A expedição saída de ilha de Cuba em 18 de fevereiro de 1519, chega à ilha de Cozumel – importante porto marítimo e religioso maia – em 27 de fevereiro de 1519 . Local onde tiveram um dos primeiros contatos com os povos indígenas, e também onde Cortés encontra Gerónimo de Aguilar, padre franciscano sobrevivente de um naufrágio espanhol que se tornou intérprete maia-espanhol de Cortés .
A expedição continua, até chegar ao rio Tabasco, batizado como rio Grijalva , próximo à cidade de Potonchán. Lá encontraram resistência indígena, a qual suscitou a Batalha de Centla. Após tal batalha e a vitória dos espanhóis, as autoridades de Tabasco ofereceram presentes a Cortés como jóias, tecidos, iguarias e mulheres indígenas . Entre estas mulheres estava La Malinche, batizada como Marina ou Doña Marina que viria a ser uma figura importante e controversa na Conquista do México pelo seu conhecimento dos costumes e riquezas do Império Asteca, da língua Maia e Nahuatl, servindo como interprete e conselheira, além de amante de Hernán Cortés, com quem teve um filho, Martín Cortés.
Em abril de 1519, a expedição chegou a Vera Cruz, onde pouco depois Hernán Cortés fundou a Villa Rica de la Vera Cruz, em Chalchicuecan, junto ao atual porto. Em julho do mesmo ano, tomou Vera Cruz, desvinculando-se do governador de Cuba e colocando-se diretamente sob as ordens do rei Carlos V. Em Vera Cruz, Cortés começa a receber os mensageiros de Montezuma . Logo Cortés percebeu que o Império Asteca possuía atritos com outros povos mesoamericanos; começou então a elaborar estratégias e fazer alianças com os povos rivais como os totonacas, povo com capital em Cempoala, cidade a qual partiram para selar a aliança militar e dar início a conquista de Tenochtitlan. Cortés também fez aliança com os indígenas da região de Tlaxcala.
Em outubro de 1519, Cortés chega a Cholula, segunda maior cidade do México Central, depois de Tenotchtitlan e aliada do Império Asteca . Segundo as crônicas de Bernal Díaz, uma anciã e alguns sacerdotes do templo de Cholula alertaram Hernán Cortés sobre uma cilada, e imediatamente ele reagiu contra os indígenas da emboscada, causando o que ficou conhecido como o massacre de Cholula.
Em 8 de Novembro de 1519, o contingente de Cortés chega a Tenochtitlan, e logo o encontro entre Cortés e Montezuma é realizado. Montezuma acreditava que Cortés seria o enviado de Quetzalcóatl, deus asteca que teria finalmente voltado para vingar-se, por isso o trata bem e aceita seu domínio. Dias depois da chegada dos espanhóis, Cortés entra de novo em ação e faz de Montezuma prisioneiro . Para isso, tem como pretexto a morte de espanhóis em Vera Cruz em uma batalha entre os mexicas dirigidos por Cuauhpopoca supostamente a mando de Montezuma. Como prisioneiro, Montezuma declara fidelidade ao rei Carlos V.
Em maio de 1520, Velázquez envia uma nova expedição, dessa vez ao comando de Pánfilo Narvaéz contra a frota de Hernán Cortés. Ao ser informado sobre as tropas de Narvaéz pelos mensageiros de Montezuma, o conquistador espanhol logo parte com seus aliados para combater os inimigos recém chegados . Cortés atacou o acampamento inimigo e conseguiu convencer os homens de Narvaéz a se juntarem a ele, com promessas de riquezas e cargos . Narvaéz logo voltou para Veracruz com o restante de sua tropa. Enquanto isso, em Tenochtitlan, durante a ausência de Cortés, Pedro Alvorado comandou a massacre do templo maior como consequência de uma rebelião indígena durante a celebração da festa de tóxcatl .
Cortés retornou a Tenochtitlan em 24 de junho de 1520, e convenceu Montezuma a tentar apaziguar a revolta dos indígenas. Entretanto, enquanto falava com seu povo, Montezuma foi atingido por uma pedra e dias depois morreu em decorrência do ferimento.
Forçados pela situação desesperadora e pelo crescente número de espanhóis mortos e feridos, Hernán Cortés decidiu deixar a cidade do México na noite de 30 de junho de 1520 , que ficou conhecida como a noite triste.
Em 8 de julho de 1520, os espanhóis finalmente chegaram a Tlaxcala para se refugiarem e se organizarem para atacar Tenochtitlan, e também onde Cortés recebeu reforços consideráveis de navios, soldados, artilharia e cavalos, para compensar as perdas ocorridas durante a noite triste . No final de maio de 1521, a cidade de Tenochtitlan é sitiada durante 75 dias pelas tropas de Cortés. Após a captura e morte do último rei asteca Cuauhtémoc, a conquista foi consumada.

Cartas de la Relación

Foram cinco as cartas escritas por Cortés que chegaram ao rei Carlos V, elas informavam e justificavam o empreendimento. Foram escritas entre 1519 e 1526 de diversas cidades da Nova Espanha, cada uma a respeito de uma etapa de seu empreendimento .
Essas cartas são hoje importante fonte para o estudo da conquista do México e da figura controvérsia que é a de Hernán Cortés, visto ao mesmo tempo como herói e conquistador cruel.

Império Russo

Império Russo (em russo: Росси́йская Импе́рия, translit. Rossíyskaya Impériya, grafado até 1918 como Pоссiйская Имперiя), também conhecido coloquialmente como Rússia, foi um estado que cobriu o Leste Europeu, a Ásia Central e América do Norte, de 1721, quando o Czar Pedro I, o Grande, oriundo da dinastia Romanov, proclamou o Império e iniciou o processo de expansão territorial, até a Revolução Russa de 1917, que depôs o Czar Nicolau II, último imperador. Como centro político-cultural, o Império Russo sucedeu o Czarado Moscovita e antecedeu a União Soviética. Por toda a sua existência, esteve sob a soberania da família Romanov.
Foi o segundo maior império contíguo e o terceiro maior império da história; a certo ponto, em 1866, se estendia da Europa do Leste, percorria toda a Ásia e chegava à América do Norte: no início do século XIX passou a ser o maior país do mundo, com um território que ia do oceano Ártico, no norte, ao mar Negro, no sul, e do mar Báltico, no oeste, ao oceano Pacífico, no leste.
Por todo este vasto império estavam distribuídos os 176,4 milhões de súditos do imperador russo, a maior população do mundo na época. Esta população apresentava grandes disparidades econômicas, étnicas e religiosas. Em 1913 a riqueza do império era calculada em 257,7 bilhões de dólares, e seu governo era uma das últimas monarquias absolutistas existentes na Europa. Até a Primeira Guerra Mundial, em 1914, a Rússia costumava ser considerada uma das cinco chamadas "Grandes Potências" do continente europeu, com um exército de mais de 5 milhões de homens, o maior do mundo à época.
Em meio a profundas crises econômicas, caos social e agitação política, o Império Russo é dissolvido, e a imensa maioria de seu território passa a comportar a União Soviética, que por todo o século XX seria um sucessor à altura do que foi o Império nos séculos XVIII e XIX.

Território

A capital do império era São Petersburgo, que em 1914 foi rebatizada de Petrogrado (traduzindo: Cidade de Pedro, remontando aos imperadores russos de nome Pedro). Ao final do século XIX o tamanho do império era de cerca de 22.400.000 quilômetros quadrados, abrangendo vastas áreas da Europa oriental e do norte e centro da Ásia. Seus limites eram o oceano Ártico ao norte, o Cáucaso e as fronteiras com a Pérsia e Afeganistão ao sul, o Oceano Pacífico e as fronteiras com a China, Coreia e Japão a leste e a oeste os montes Cárpatos, onde fazia fronteira com a Alemanha e a Áustria-Hungria. O Império Russo ainda chegou a contar com um território na América, o Alasca, que foi em 1867vendido aos Estados Unidos.
Em seu apogeu, o Império Russo incluía, além do território russo atual, os estados bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia), a Finlândia, Cáucaso, Ucrânia, Bielorrússia, boa parte da Polônia (antigo Reino da Polônia), Moldávia (Bessarábia) e quase toda a Ásia Central. Também contava com zonas de influência no Irã, Mongólia e norte da China.
Em 1914 ,o Império Russo estava dividido em 81 províncias (guberniias) e vinte regiões (oblasts). Vassalos e protetorados do império incluíam os canatos de Khiva e Bukhara e, depois de 1914, Tuva.

População

De acordo com o censo de 1897 sua população era próxima dos 128.200.000 de habitantes, sendo que a maioria deles (93,4 milhões) vivia na Rússia Européia. Como não poderia deixar de ser, havia grande diversidade étnica no Império Russo. Mais de 100 diferentes grupos étnicos viviam ao longo do território russo, sendo que a etnia russa compreendia cerca de 45% da população.

Organização política

O Império Russo era uma monarquia hereditária liderada por um imperador autocrático (tzar) da dinastia Romanov. A religião oficial do Estado era o cristianismo ortodoxo, representado pela Igreja Ortodoxa Russa. Os sujeitos do império foram separados em estratos (classes) conhecidas como "dvoryanstvo" (nobreza), clero, comerciantes, cossacos e camponeses. Ainda os nativos da Sibéria e Ásia Central foram oficialmente registrados em uma classe chamada "inorodsty" (estrangeiros).

Geografia

A Rússia Imperial, tendo sido o terceiro maior império do mundo em território (depois do britânico e do mongol) continha muitos estados e territórios. Na sua maior expansão se estendia pela maior parte do norte da Eurásia. Continha quase todos os tipos de ecossistemas e uma grande variedade de paisagens e climas. A maior parte da paisagem era uma vasta planície, tanto na parte europeia quanto no lado asiático que são amplamente conhecidos como Sibéria eTurquestão. Estes são predominantemente planícies estepe no sul e densa floresta ao norte, a tundra, ao longo da costa norte. Há cadeias de montanhas ao longo da fronteira sul, tais como o Cáucaso, o Tian Shan (o ponto mais alto de todo o império com um tamanho médio de 7100 metros) nos montes Altai, e na parte oriental, como a cordilheira Verjoyansk ou vulcões na península de Kamchatka, Alaska e cadeias de montanhas com os grandes gigantes monte McKinley. Notáveis são os Urais na parte central que é a principal divisão entre a Europa e a Ásia.

Dados estatísticos

Veja abaixo dados do referentes ao ano de 1900:
População (milhões)Área nacional (milhões de km²)Exército regular (mil)Produção de ferro e aço/ano (milhões de toneladas)Comércio internacional (milhões de libras)
132,913 934,58605141,7
  • Em 1722, 90% eram camponeses, 7% eram nobres e menos de 3% eram citadinos; em 1780, Moscou possuía mais de 280 mil habitantes, com cerca de 100 palácios e 484 igrejas.

Governo e administração

Em 18 de Outubro de 1805, foi criado um conselho de ministros, dirigido por um primeiro ministro. O conselho era formado pelos seguintes ministérios:
  • Ministério da Guerra
  • Ministério da Marinha
  • Ministério da Justiça
  • Ministério das Finanças
  • Ministério da Economia
  • Ministério da Corte Imperial
  • Ministério dos Negócios Estrangeiros
  • Ministério da Administração Interna
  • Ministério do Comércio e da Indústria
  • Ministério da Agricultura
  • Ministério dos Transportes e das Vias de Comunicação
  • Ministério do Iluminismo Nacional
  • Ministério da Saúde, Segurança e Estatística

Os imperadores da Rússia

Pedro I (1689-1725)

Pedro, o Grande, por Jean-Marc Nattier
Pedro I foi o primeiro imperador da Rússia e liderou o processo de modernização e ocidentalização do país.
Breve cronologia militar
  • 1695 - Falha a tentativa conquista de Azov aos Turcos
  • 1696 - Conquista Azov com forças terresboitres e marítimas, o que demonstrou a importância da armada
  • 1697 - Grande embaixada, em busca de apoio político contra os turcos e conhecimentos militares
  • 1698 - Criação da primeira base naval russa em Taganrog
  • 1700 - Derrota na batalha de Narva, na Estónia contra Carlos XII da Suécia
  • 1708 - Carlos XII da Suécia invade a Rússia e derrota novamente Pedro na batalha de Lesnaya
  • 1709 - Carlos avança para a Ucrânia, onde se dá a Batalha de Poltava, terminando com a derrota definitiva de Carlos
  • 1718 - Carlos morre em batalha em Halden, Noruega
  • 1721 - Tratado de Nystad termina a Grande Guerra do Norte com a Suécia, apoderando-se de territórios que deram à Rússia o acesso ao mar Báltico

Catarina I (1725-1727)

Catarina I da Rússia, 1724, porCarel de Moor e Jacobus Houbraken
Foi esposa de Pedro I, o grande. Permaneceu no poder de 1725 até 1727 quando morreu.
Em 1711, acompanhou o czar na campanha de Prut, contra o Império Otomano, e conta-se que salvou a vida de Pedro quando estava rodeado por um exército muito superior, sugerindo-lhe que se rendesse e utilizando as suas jóias e as das suas damas para subornar o grão-vizir.
Pedro I premiou-a casando-se com ela, desta vez oficialmente, na Catedral de Santo Isaac, apesar de ele estar casado com Eudóxia Lopukhina, a quem havia encerrado num convento e com quem tinha um filho, Alexis Petrovich, que executou (diz-se que com as próprias mãos).
São Petersburgo, 1719-1723, porJohann Homann, na biblioteca daUniversidade de Wisconsin-Milwaukee
Pedro I deu a Catarina o título de imperatriz, sendo a primeira mulher a ter este título: até então as esposas do czares era conhecidas como suas consortes. Em 1724, foi nomeada co-regente.
Durante o reinado de Pedro I foi efetuada uma profunda reforma do exército, que permitiu a pessoas sem título nobiliárquico a possibilidade de aceder ao corpo de oficiais, acabando assim com o monopólio da nobreza nesses cargos, e nomeando-os também para cargos públicos, baseando-se na competência. Assim, ao morrer o rei em 1725 designado-a sucessora, teve que fazer frente à oposição do clero e dos boiardos, que estavam contra as reformas realizadas, e à do povo que apoiava os direitos do príncipe Pedro, filho do já falecido Alexei Petrovich. A nobreza nova do círculo de Pedro I, com Menshikov à cabeça, e os seus colaboradores burgueses apoiaram-na, e a guarda proclamou-a imperatriz.
Foi o início de uma época da História da Rússia caracterizada por contínuos golpes de Estado e pelo governo de favoritos.

Pedro II (1727-1730)

Pedro II, 1730
Pedro II foi o sucessor de Catarina I.
Durante o reinado de Catarina I, Pedro era muito ignorado, mas logo após a morte de Catarina, ficou claro para muitos que Pedro deveria subir ao trono o mais rápido possível . A maior parte da nação e três quartos da nobreza estavam do seu lado.
Pedro II, 1730, Galeria Tretyakov,Moscou
Outra pessoa também ambicionava o trono, o seu tio, imperador Carlos VI. Após um acordo entre Alexandre Danilovich Menshikov e o conde Andrei Osterman, em 18 de maio de 1727, Pedro II, de acordo com o desejo de Catarina I, foi proclamado soberano autocrata.
Com a morte de Pedro II, findaram-se os homens da dinastia Romanov. Com isso foi sucedido por Ana, sobrinha de Pedro, o grande e filha de Ivan V.

Ana (1730-1740)

Tzarina Ana Ionnonovna, 1730, porLouis Caravaque, na Galeria Tretyakov
Ana foi a sucessora de Pedro II.
Com a morte de Pedro II da Rússia, o Conselho Privado Russo sob o comando do príncipe Dmitri Mikhailovitch Golitzin sagrou Anna imperatriz em 1730. O conselho acreditava que Anna seria grata aos nobres por terem feito a sua fortuna, acatando todas as decisões importantes e servindo como fantoche no trono. Tentando estabelecer uma monarquia constitucional na Rússia, os nobres convenceram-na a assinar vários papéis limitando os poderes do tzar.
Mesmo assim, essas limitações mostraram-se muito pouco eficazes quando Ana estabeleceu-se como uma tzarina autoritária, usando sua popularidade com os guardas imperiais e com a nobreza de segundo escalão.

Ivan VI (1740-1741)

Ivan VI sucedeu Ana no período de 1740-1741. Devido a sua pouca idade na época, Ernst Johann von Biron, duque da Curlândia, tornou-se regente. Com a queda de Biron (8 Novembro), a regência passou para a sua mãe, embora tenha sido o vice-chanceler Andrei Osterman que conduzia o governo.

Isabel I (1741-1761)

Isabel I sucedeu Ivan VI no período de 1740 até 1761. Subiu ao trono depois de uma revolta militar que derrubou Ivan VI.
Dentre os principais pontos de seu governo, podemos citar:
  • Abolição da pena de morte
  • Estabelecimento do senado
  • Ampliação do comércio interior

Pedro III (1761-1762)

Pedro III foi o sucessor de Isabel I, de 1761 a 1762. Era neto de Pedro I, o grande. Foi obrigado a abdicar seis meses após subir ao trono devido a uma conspiração tramada pelo amante de sua esposa, Catarina II.

Catarina II (1762-1796)

Catarina II foi a sucessora de Pedro III. Foi imperatriz da Rússia de 1762 a 1796.
Durante seu governo realizou uma ampla reforma na sociedade russa, modernizando-a. É considerada um exemplo de monarca do despotismo esclarecido. Graças a esta modernização a Rússia logrou obter grande desenvolvimento e a imperatriz, ainda que sendo da origem estrangeira, tornou-se muito popular.

Paulo I (1796-1801)

Paulo I, por Vladimir Borovikovsky
Paulo I sucedeu Catarina II (1762-1796) sua mãe. Seus atos enquanto governante eram conhecidos como obstinados e despóticos.
Sua condução independente dos assuntos externos da Rússia mergulhou o país primeiramente na segunda coalizão contra a França revolucionária quando em 1799 se alia com a Inglaterra e com a Áustria. Em 1801, a neutralidade armada contra a Inglaterra.
Durante o período em que esteve no poder, grande foi a insatisfação, incluindo os militares que estavam muito próximos dele no contato diário e na tomada de decisões. Por fim acabou morto numa conspiração planejada contra ele sob a liderança do general Bennigsen.
"Ele deriva acima de tudo o mais de seu desejo de desfazer o trabalho de Catarina, e de afirmar sua vontade mudando tudo, reformando tudo que ela estabelecera durante seu governo."
Nos últimos anos de sua administração foi acunhado de "O imperador demente".
Dentre as suas principais medidas podemos destacar o direito a progenitura e a exclusão do direito de sucessão ao trono por parte de mulheres. Caracteriza-se pois, como extremamente despótico e machista.

Alexandre I (1801-1825)

Tsar Alexandre I.
Com o sucessor de Paulo I, Alexandre I, a Rússia ocupou na Europa uma tal posição que o tzar atingira a função de chefe das guerras contra a Revolução Francesa e contra Napoleão Bonaparte. Todavia, dificilmente se poderá dizer que a luta exercida contra a hegemonia francesa fez efetivamente de Alexandre o primeiro dirigente da Europa.
Em aliança com a Áustria e a Prússia, declarou guerra a Napoleão. Napoleão por sua vez derrotou os russos e os austríacos, em Austerlitz, em 1805. Os conflitos porém duraram até 1807, quando os russos foram destroçados em Friedland. No mesmo ano pela paz de Tilsit, Alexandre abandonou a Prússia.
De 1808 a 1812 a França e o Império Russo permaneceram em paz. Em junho de 1812, os conflitos tiveram um novo início, e em 14 de setembro de 1812, o exército de Napoleão Bonaparte invadiu o Império Russo e chegou ao Kremlin.

Nicolau I (1825-1855)

Nicolau I foi o sucessor de Alexandre I, no período de 1825 a 1855.
Durante seu governo tentou eliminar os movimentos nacionalistas, perpetuar os privilégios da aristocracia e impedir o avanço do liberalismo. Também reprimiu a insurreição decembrista em 1825 e apoiou a Áustria no controle da revolta húngara de 1848, o que lhe valeu o epíteto de "o guarda da Europa".

Alexandre II (1855-1881)

Alexandre II foi o sucessor de Nicolau I, no período de 1855 a 1881
É conhecido por suas reformas liberais e modernizantes, através das quais procurou renovar a cristalizada sociedade russa.
Podemos destacar também a decisão de em 19 de Fevereiro de 1861, de decretar o fim da servidão na Rússia. Foram libertados, ao todo, 22,5 milhões de camponeses servos - preservando-se, todavia, a propriedade dos latifúndios.

Alexandre III (1881-1894)

Alexandre III foi o sucessor de Alexandre II no período de 1881 a 1894.
Após o assassinato de Alexandre II da Rússia, que tinha introduzido reformas sociais e tinha tentado aproximar a Rússia das nações ocidentais, com parlamentos e constituições, Alexandre III e seu filho Nicolau II levaram o Império Russo num sentido diferente, mais autocrático, como que tentando regressar ao despotismo, desprezando o aparelho burocrático que em sua opinião os separava do povo.

Nicolau II

Nicolau II foi o sucessor de Alexandre III no período de 1894 a 1917. Foi praticamente o último czar da Rússia, não sendo último de fato devido ao curto período em que seu irmão Miguel II ocupou esta posição antes de ser finalmente derrubado pela Revolução de Fevereiro de 1917.
Com a abdicação de Nicolau II, o trono passaria ao grão-duque Miguel Alexandrovich Romanov (que seria Miguel II), porém o grão-duque renunciou e convocou uma assembleia constituinte.

Queda do império

Nicolau II, logo após sua abdicação
Devido ao autoritarismo do sistema czarista, a insatisfação popular tanto de burgueses (com a falta de autonomia política), quanto do restante da população (por estar em um estado de grande pobreza) foi criado no império o primeiro partido político baseado em ideais marxistas, em 1898: O Partido Social-Democrata Russo (POSDR). Já antes de 1905, o Império Russo passava por uma grave crise política. Desde a emancipação dos servos (1861), o país vivia uma rápida transição do feudalismopara o capitalismo. Os servos haviam sido libertados, mas permaneciam na mesma situação de miséria. A construção da Ferrovia Transiberiana e as mudanças econômicas atraíram o capital estrangeiro e estimularam uma rápida industrialização emMoscou, São Petersburgo, Baku, bem como na Ucrânia, suscitando a formação de um operariado urbano e o crescimento da classe média. Essas classes eram favoráveis a reformas democráticas no sistema político. Entretanto, a nobreza feudal e o próprio tzar procuraram manter o absolutismo russo e sua autocracia intactos a qualquer custo.
O desempenho desastroso das forças armadas russas na Guerra Russo-Japonesa (1904 - 1905) intensificou essas contradições, sendo essa derrota considerada como causa imediata da Revolução de 1905.
Em 1905, houve o chamado "ensaio-geral" da revolução, onde um milhão e meio de pessoas, liderados pelo padre ortodoxo e membro da Okhrana, Gregori Gapone, marcharam em direção ao Palácio de Inverno de Nicolau II, reivindicando reforma agrária, tolerância religiosa, fim da censura , a presença de representantes do povo no governo e melhores condições de vida. O czar, em resposta, ordenou a morte de todos os participantes com os tiros de soldados. Esse episódio ficou conhecido como o Domingo Sangrento. Em resposta a esta ação repressiva contra operários desarmados, em toda a Rússia rebentaram greves políticas de massas e manifestações sob a palavra de ordem de "Abaixo a autocracia!". Os acontecimentos de 9 de janeiro deram início à revolução de 1905-1907.7
Com a entrada na Primeira Guerra Mundial o império passou a sofrer de forma intensa os problemas econômicos e sociais, havendo um aumento das manifestações contra o governo, que continuava à reprimir seus opositores. Integrantes do POSDR, ao participarem das manifestações, convenciam soldados e camponeses dos ideais revolucionários. Até que no dia 27 de fevereiro de 1917, soldados, operários e camponeses tomam as ruas e invadem o palácio do czar Nicolau II. Inicia-se aí um processo revolucionário que levou à Revolução de Outubro de 1917, o primeiro regime socialista da História.

Religião

A religião do Estado imperial russo era o Cristianismo Ortodoxo. Porém assim como em todas as sociedades havia significativas parcelas da população que não seguiam a religião oficial, sendo desse modo adeptas de outras doutrinas. De modo geral todas as religiões podiam ser exercidas livremente, com exceção dos judeus que sofreram algumas restrições. Veja abaixo a tabela com o número de fiéis em cada religião:
ReligiãoQuantidade de fiéis
Cristianismo Ortodoxo87 123 604
Islã13 906 972
Católicos romanos11 467 994
Judeus5 215 805
Luteranos3 572 653
Crentes antigos2 204 596
Apostólicos Armênios1 179 241
Budistas e lamaísmo433 863
Outras religiões não cristãs285 321
Reformados85 400
Menonitas66 564
Católicos Armênios38 840
Batistas38 139
Caraísmo12 894
Anglicanos4 183
Outras religiões cristãs3 952
Os clérigos paroquiais podiam se casar, porém, se eles morressem suas esposas não eram autorizadas a casar novamente.

Literatura

Era de Pedro

A "ocidentalização" da Rússia, comumente associada a Pedro I da Rússia, e Catarina II da Rússia, coincide com uma reforma do alfabeto russo e o incremento da tolerância da ideia de usar linguagem popular para propósitos literários. Autores como Antioj Kantemir, Vasili Trediakovski, e Mijail Lomonosov, no século XVIII, prepararam o terreno para poetas como Derzhavin, autores como Sumarókov e Fonvizin, e escritores de prosa como Karamzín e Radíshchev.

Era de Ouro

O século XIX é tradicionalmente referido como a "Idade de Ouro" da literatura russa. O Romantismo permitiu o florescimento especialmente de um talento poético: Os nomes de Vasily Zhukovsky e Aleksandr Pushkin, seguidos de Mijaíl Lérmontov e Fiódor Tiútchev.
O século XIX incluiu Iván Krylov o fabulista; escritores como Visarión Belinski e Aleksandr Gertsen; autores como Aleksandr Griboyédov e Aleksandr Ostrovski; poetas como Yevgeni Baratynski, Konstantín Bátiushkov, Nikolai Nekrásov, Alekséi Konstantínovich Tolstói, Fiódor Tiutchev, eAfanasi Fet; Kozmá Prutkov o satirista; e um grupo de reconhecidos novelistas como Nikolái Gógol, Lev Tolstói, Fiódor Dostoiévski, Nikolai Leskov, Iván Turgénev, Mijaíl Saltykov-Shchedrín e Ivan Goncharov.

Idade de prata

Outros gêneros entraram em discussão com o início do século XX. Antón Chékhov foi excelente em escrever curtas histórias de drama, e Anna Ajmátova representou líricas inovadoras.
O principio do século XX marca o princípio da era de prata da poesia russa. Escritores bem conhecidos deste período incluem: Anna Ajmátova, Inokenti Anenski, Andréi Beli, Valeri Briúsov, Marina Tsvetáyeva, Sergéi Yesenin, Nikolái Gumiliov, Danil Jarms, Velimir Jlébnikov, Ósip Mandelshtam, Vladímir Mayakovski, Fiódor Sologub e Maksimilián Voloshin.

Gastronomia

A cozinha do Império Russo é derivada de um rico e variado caráter, fruto da grande extensão multicultural do império. As suas origens foram estabelecidas pelo hábito alimentar camponês, muitas vezes áspero, com uma combinação em abundância de peixes, aves, caça, cogumelos,trigo, cevada, milho e uma infinidade de ingredientes. Destaque em especial para a cerveja e a vodca. A gastronomia russa também recebeu significativa influência das regiões do Cáucaso, da Pérsia e do Império Otomano devido a proximidade com essas regiões.
Pelo menos para as zonas urbanas e aristocráticas provinciais, foram abertas as portas para a integração de novos hábitos criadores a partir da expansão do império que se deu entre os séculos XVI e XVIII, havendo assim uma junção de novas técnicas com os tradicionais pratos russos. O resultado foi extremamente variado, abrindo assim novas perspectivas para a culinária secular.

Na Primeira Guerra Mundial

Extensão do Império Russo em 1914.
Na Primeira Guerra Mundial, o Império Russo uniu-se à Tríplice Entente, junto com França e Reino Unido, contra a Tríplice Aliança, formada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Reino de Itália. A Rússia tinha interesse em obter um acesso ao mar Mediterrâneo e para isso pretendia anexar, sob a justificativa de proteger povos eslavos irmãos, a península balcânica e os estreitos de Bósforo e Dardanelos, então sob domínio do Império Otomano.
O prolongamento da guerra causou sérios problemas para o país: a perda de imensos territórios, a morte de metade dos efetivos militares e a paralisação da indústria. Diante da impossibilidade de adquirir produtos industrializados, os camponeses diminuíram a produção agrícola. Os gêneros alimentícios subiram de preço e as greves aumentaram. O sistema econômico emperrou em todos os setores.
A divisão existente entre os social-democratas (socialistas), desde 1903, acentuou-se com a guerra. Alguns mencheviques (como Plekhanov, fundador do partido) apoiavam a guerra, juntamente com políticos aparentemente progressistas como Kerensky, membro do partido Socialista Revolucionário. Os mencheviques de esquerda, os bolcheviques e os anarquistas eram radicalmente contrários à guerra, que só favorecia os grandes capitalistas dos países imperialistas. Lenin, Stalin, Julius Martov e outros lideraram essa posição.
A participação desastrosa na 1º guerra mundial foi suspensa em 1917 com a assinatura do Tratado de Brest-Litovsk.