sábado, 22 de fevereiro de 2014

Internet(o comunicador mundial )

Internet é o maior conglomerado de redes de comunicações em escala mundial, ou seja, vários computadores e dispositivos conectados em uma rede mundial e dispõe milhões de dispositivos interligados pelo protocolo de comunicação TCP/IP que permite o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados. Ela carrega uma ampla variedade de recursos e serviços, incluindo os documentos interligados por meio de hiperligações da World Wide Web (Rede de Alcance Mundial), e a infraestrutura para suportar correio eletrônico e serviços como comunicação instantânea e compartilhamento de arquivos.
De acordo com a Internet World Stats, 1,96 bilhão de pessoas tinham acesso à Internet em junho de 2010, o que representa 28,7% da população mundial. Segundo a pesquisa, a Europa detinha quase 420 milhões de usuários, mais da metade da população. Mais de 60% da população da Oceania tem o acesso à Internet, mas esse percentual é reduzido para 6,8% na África. Na América Latina e Caribe, um pouco mais de 200 milhões de pessoas têm acesso à Internet (de acordo com dados de junho de 2010), sendo que quase 76 milhões são brasileiros.

História

Visualização gráfica de várias rotas em uma porção da Internet mostrando a escalabilidade da rede
A origem da rede mundial de comunicação, como também é conhecida, ocorreu na área militar. O lançamento soviético do Sputnik 1 causou como consequência a criação americana da Defense Advanced Research Projects Agency(Agência de Projetos de Pesquisa Avançada), conhecida como DARPA, em fevereiro de 1955, com o objetivo de obter novamente a liderança tecnológica perdida para os soviéticos durante a Guerra Fria. A DARPA criou oInformation Processing Techniques Office (Escritório de Tecnologia de Processamento de Informações - IPTO) para promover a pesquisa do programa Semi Automatic Ground Environment, que tinha ligado vários sistemas de radaresespalhados por todo o território americano pela primeira vez. Joseph Carl Robnett Licklider foi escolhido para liderar o IPTO.
Licklider se transferiu do laboratório psico-acústico, na Universidade de Harvard, para o MIT em 1950, após se interessar em tecnologia de informação. No MIT, fez parte de um comitê que estabeleceu o Laboratório Lincoln e trabalhou no projeto SAGE. Em 1957, tornou-se o vice-presidente do BBN, quando comprou a primeira produção do computador PDP-1 e conduziu a primeira demonstração de tempo compartilhado.
No IPTO, Licklider se associou a Lawrence Roberts para começar um projeto com o objetivo de fazer uma rede de computadores, e a tecnologia usada por Robert se baseou no trabalho de Paul Baran,7 que havia escrito um estudo extenso para a Força Aérea dos Estados Unidos recomendando a comutação de pacotes ao invés da comutação de circuitos para tornar as redes mais robustas e estáveis. Após muito trabalho, os dois primeiros elos daquele que viria a ser o Arpanet foram interconectados entre a Universidade da Califórnia em Los Angeles e o SRI (que viria a ser o SRI International), em Menlo Park, Califórnia, em 29 de outubro de 1969. O Arpanet foi uma das primeiras redes da história da Internet atual.
Após a demonstração de que a Arpanet trabalhava com comutações de pacotes, o General Post Office, a Telenet, a Datapac e a Transpac trabalharam em colaboração para a criação da primeira rede de computador em serviço. NoReino Unido, a rede foi referida como o Serviço Internacional de Comutação de Pacotes (IPSS).
Este sistema garantia a integridade da informação caso uma das conexões da rede sofresse um ataque inimigo, pois o tráfego nela poderia ser automaticamente encaminhado para outras conexões. O curioso é que raramente a rede sofreu algum ataque inimigo. Em 1991, durante a Guerra do Golfo, certificou-se que esse sistema realmente funcionava, devido à dificuldade dos Estados Unidos de derrubar a rede de comando do Iraque, que usava o mesmo sistema.
O X.25 era independente dos protocolos TCP/IP, que surgiram do trabalho experimental em cooperação entre a Darpa, o Arpanet, o Packet Radio e o Packet Satellite Net Vinton Cerf e Robert Kahn desenvolveram a primeira descrição de protocolos TCP em 1973 e publicaram um artigo sobre o assunto em maio de 1974. O uso do termo "Internet" para descrever uma única rede TCP/IP global se originou em dezembro de 1974, com a publicação do RFC 68, a primeira especificação completa do TCP, que foi escrita por Vinton Cerf, Yogen Dalal e Carl Sunshine, na Universidade de Stanford. Durante os nove anos seguintes, o trabalho prosseguiu refinando os protocolos e os implementando numa grande variedade de sistemas operacionais.
A primeira rede de grande extensão baseada em TCP/IP entrou em operação em 1 de janeiro de 1983, quando todos os computadores que usavam o Arpanet trocaram os antigos protocolos NCP. Em 1985, a Fundação Nacional da Ciência (NSF) dos Estados Unidos patrocinou a construção do National Science Foundation Network, um conjunto de redes universitárias interconectadas em 56 kilobits por segundo (kbps), usando computadores denominados pelo seu inventor, David L. Mills, como "fuzzballs". No ano seguinte, a NSF patrocinou a conversão dessa rede para uma maior velocidade, 1,5 megabits por segundo. A decisão importantíssima de usar TCP/IP DARPA foi feita por Dennis Jennings, que estava no momento com a responsabilidade de conduzir o programa "Supercomputador" na NSF.
A abertura da rede para interesses comerciais começou em 1988. O Conselho Federal de Redes dos Estados Unidos aprovou a interconexão do NSFNER para o sistema comercial MCI Mail naquele ano, e a ligação foi feita em meados de 1989. Outros serviços comerciais de correio eletrônico foram logo conectados, incluindo a OnTyme, a Telemail e a Compuserve. Naquele mesmo ano, três provedores comerciais de serviços de Internet (ISP) foram criados: a Uunet, a PSINet e a Cerfnet. Várias outras redes comerciais e educacionais foram interconectadas, tais como a Telenet, a Tymnet e a JANET, contribuindo para o crescimento da Internet. A Telenet (renomeada mais tarde para Sprintnet) foi uma grande rede privada de computadores com livre acesso dial-up de cidades dos Estados Unidos que estava em operação desde a década de 1970. Esta rede foi finalmente interconectada com outras redes durante a década de 1980 assim que o protocolo TCP/IP se tornou cada vez mais popular. A habilidade dos protocolos TCP/IP de trabalhar virtualmente em quaisquer redes de comunicação pré-existentes permitiu a grande facilidade do seu crescimento, embora o rápido crescimento da Internet se deva primariamente à disponibilidade de rotas comerciais de empresas, tais como a Cisco Systems, a Proteon e a Juniper, e à disponibilidade de equipamentos comerciais Ethernet para redes de área local, além da grande implementação dos protocolos TCP/IP no sistema operacional UNIX.

Desenvolvimento e ampliação

Posteriomente , universidades, colégios e empresas foram se unindo a esta iniciativa, ampliando os horizontes e acabando a Internet a converter-se no fenômeno de hoje. A popularização da rede veio somente no início da década de 90, isso nos Estados Unidos. No Brasil tornou-se mais popular com o barateamento dos "modems" por volta de 1995. Durante todo esse tempo, a rede tem experimentado um crescimento exponencial e espetacular, e hoje em dia, é acessível na maioria dos lugares do planeta. Há quem afirme que a Internet é um espaço de comunicação independente e com vida própria. Com ela temos a oportunidade de nos comunicar com milhões de pessoas no mundo todo, acessar alguns milhões de computadores, distribuídos em cerca de 100.000 redes em mais de 100 países. Ou seja, pela ordem de grandeza dos dados anteriores, pode-se imaginar sua força como veículo de comunicação.

O nascimento da World Wide Web

A Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN) foi a responsável pela invenção da World Wide Web, ou simplesmente a Web, como hoje a conhecemos. Corria o ano de 1990, e o que, numa primeira fase, permitia apenas aos cientistas trocar dados, acabou por se tornar a complexa e essencial Web.
O responsável pela invenção chama-se Tim Berners-Lee, que construiu o seu primeiro computador na Universidade de Oxford, onde se formou em 1976. Quatro anos depois, tornava-se consultor de engenharia de software no CERN e escrevia o seu primeiro programa para armazenamento de informação – chamava-se Enquire e, embora nunca tenha sido publicada, foi a base para o desenvolvimento da Web.
Em 1989, propôs um projecto de hipertexto que permitia às pessoas trabalhar em conjunto, combinando o seu conhecimento numa rede de documentos. Foi esse projecto que ficou conhecido como a World Wide Web. A Web funcionou primeiro dentro do CERN, e no Verão de 1991 foi disponibilizada mundialmente.
Em 1994 Berners-Lee criou o World Wide Web Consortium, onde actualmente assume a função de director. Mais tarde, e em reconhecimento dos serviços prestados para o desenvolvimento global da Web, Tim Berners-Lee, actual director do World Wide Web Consortium, foi nomeado cavaleiro pela rainha da Inglaterra.

Como funciona

A Internet distribui, através dos seus servidores, uma grande variedade de documentos, entre os quais formam a arquitetura World Wide Web. Trata-se de uma infinita quantidade de documentos (texto e multimédia) que qualquer utilizador de rede pode aceder para consultar e que, normalmente, tem ligação com outros serviços de Internet. Estes documentos têm facilitado a utilização em larga escala da Internet em todo mundo, visto que por meio deles qualquer utilizador com um mínimo de conhecimento de informática, pode aceder à rede.

Como navegar

Para poder navegar na Internet é necessário dispor de um navegador (browser). Existem diversos programas deste tipo, sendo os mais conhecidos na atualidade, o Microsoft Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome, entre outros. Os navegadores permitem, portanto, que os utilizadores da rede acedam às páginas WEB e que enviem ou recebam mensagens do correio eletrônico de qualquer parte do mundo. Existem também na rede dispositivos especiais de localização de informações indispensáveis atualmente, devido à magnitude que a rede alcançou. Os mais conhecidos são o Google, Yahoo! e Ask.com. Há também outros serviços disponíveis na rede, como transferência de arquivos entre usuários (download), teleconferência múltipla em tempo real (videoconferência), etc.

No Brasil

Depois da fase militar, a Internet teve seu desenvolvimento administrado pela NSF (National Science Foundation) na década de 70. Depois a NSF transferiu esta responsabilidade para a iniciativa privada. Em 1992 surgiu a Internet Society para tentar arrumar a desordem reinante, então. No Brasil existe o Comitê Gestor da Internet e um órgão para o registro de domínios (FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). No Brasil há cerca de 20 mil domínios registrados. No final de 1997, o Comitê Gestor liberou novos domínios de primeiro nível, ou seja :
  • .art - artes, música, pintura, folclore. etc.
  • .esp - esportes em geral;
  • .ind - provedores de informações;
  • .psi - provedores de serviços Internet;
  • .rec - atividades de entretenimento, diversão, jogos, etc;
  • .etc - atividades não enquadráveis nas demais categorias;
  • .tmp - eventos de duração limitada ou temporária.
Antes desses só tínhamos dois domínios:
  • .com - uso geral;
  • .org - para instituições não governamentais.
  • .gov - para instituições governamentais.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Caneta

caneta é um instrumento utilizado para a escrita utilizando tinta. Varia das mais simples às mais sofisticadas e elegantes, das de uso comum aos profissionais, diferindo também em matéria de cor. Ainda hoje é utilizada por estudantes domundo inteiro para fazer seus trabalhos escolares.

História da caneta esferográfica

O revisor tipográfico húngaro László Bíró inventou, em 1932, uma caneta que não borrava e cuja tinta não secava no depósito, como fazia a antiga caneta-tinteiro. Na oficina do jornal em que trabalhava, na cidade de Budapeste, deteve-se a observar o funcionamento da rotativa. O cilindro se empapava de tinta e imprimia o texto nele gravado sobre o papel. Com a ajuda de seu irmão Georg, que era químico, e do amigo Imre Gellért, um técnico industrial, Biro encontrou a solução. Acondicionou a tinta dentro de um tubo plástico. A tinta, pela força de gravidade, descia para a ponta do tubo. Nessa mesma ponta, ele colocou uma esfera de metal que, ao girar, distribuía a tinta de uma maneira pluriforme pelo papel. A bolinha da ponta da caneta, que passa tinta para o papel, normalmente é de carbureto de tungstênio, metal usado em balas de revólver e 4 vezes mais resistente do que o aço.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

República

República (do latim res publica, "coisa pública") é uma forma de governo em que, segundo Cícero, são necessárias três condições: um número razoável de pessoas (multitudo); uma comunidade de interesses e de fins (communio); e umconsenso do direito (consensus iuris). Nasce das três forças reunidas, entre, uma mistura da libertas do povo, da auctoritas do Senado e da potestas dos magistrados, . Assim, os soberanos nos oferecem o amor paternal; os grandes, o sábio conselho; o povo, a liberdade .
Hoje é visto como um governo na qual o chefe do Estado é eleito pelo povo ou seus representantes, tendo a sua chefia uma duração limitada. A eleição do chefe de Estado, por regra chamado presidente da república, é normalmente realizada através do voto livre e secreto. Dependendo do sistema de governo, o presidente da república pode ou não acumular o poder executivo permanecendo por quatro anos.
A origem deste sistema político está na Roma antiga, onde primeiro surgiram instituições como o senado. Nicolau Maquiavel descreveu o governo e a fundação da república ideal na sua obra Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio(1512-17). Estes escritos, bem como os de seus contemporâneos, como Leonardo Bruni, constituem a base da ideologia que, em ciência política, se designa por republicanismo.
Η Πολιτεία - De Republica de Platão, edição bilingue de 1713.
O conceito de república não é isento de ambiguidades, confundindo-se às vezes com democracia, às vezes com liberalismo, às vezes tomado simplesmente no seu sentido etimológico de "bem comum". Hoje em dia, o termo república refere-se, regra geral, a um sistema de governo cujo poder emana do povo, ao invés de outra origem, como a hereditariedade ou o direito divino. Ou seja, é a designação do regime que se opõe à monarquia.
No entanto, res publica, como sinónimo de administração do bem público ou dos interesses públicos, foi frequentemente utilizada pelos escritores romanos para se referir ao Estado e ao governo, mesmo durante o período do Império Romano.A palavra república foi, com o mesmo significado, também frequentemente usada no Reino de Portugal. D. João II, por exemplo, numa carta ao rei de França, escreveu: "obrigação é do bom Príncipe e prudente, não somente galardoar seus vassalos com honras, cargos e dignidades merecidas, mas castigar com rigor, severidade e justiça aos que são prejudiciais em sua república, para que os bons com o exemplo do prémio sejam melhores e os maus ou com castigo se emendem, ou com as maldades pereçam".
Durante a Idade Média, várias cidades-estados italianas tinham uma forma de governo de tipo comunal, chamada signoria. Escritores coevos, como Giovanni Villani, teorizaram sobre a natureza destes estados e as diferenças em relação às monarquias da época, usando termos como libertas populi para designar o regime destes estados. O renovado interesse pelas obras da Grécia e da Roma Antigas levou os escritores no século XV a preferirem uma terminologia mais clássica. Para descrever os estados não-monárquicos, os escritores quatrocentistas, principalmente Leonardo Bruni, passaram a adotar a expressão latina res publica. Na primeira das suas obras, Nicolau Maquiavel dividia os governos em três tipos:monarquiaaristocracia e democracia. Mas como, segundo o próprio Maquiavel, é difícil destrinçar entre uma aristocracia governada por uma determinada elite e uma democracia governada por um conselho nomeado pelo povo, no momento em que começou a trabalhar em O Príncipe, Maquiavel já tinha optado por usar a palavra república para se referir tanto a aristocracias como a democracias.
Um novo conjunto de significados para o termo república veio, também, da palavra grega πολιτεία (politeía ou politeia). Cícero, entre outros escritores latinos, traduziu politeia para res publica que, por sua vez, os estudiosos do Renascimentopassaram a república. Esta, sendo uma tradução precisa para res publica no seu significado primitivo, já não o é no atual. Politeia é hoje geralmente traduzida por "forma de governo" ou "regime". No entanto, um exemplo da persistência desta tradução original é o título do grande trabalho de ciência política de Platão, A República, (Politeia, no original).
Antônio Houaiss regista a entrada da palavra na língua portuguesa no século XV nas formas respublicareepublicaree publicarepruvicarrepublica e republica.Na língua inglesa, a palavra republic foi usada pela primeira vez na era doProtetorado de Oliver Cromwell, embora commonwealth, tradução mais fiel da latina res publica, seja o termo mais comum para designar este regime sem monarca.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Antártica(o continente de gelo )

Antártida, também denominada no Brasil por Antártica, é o mais meridional dos continentes e um dos menores, com uma superfície de catorze milhões de quilômetros quadrados. Rodeia o polo Sul, e por esse motivo está quase completamente coberta por enormes geleiras (glaciares), exceção feita a algumas zonas de elevado aclive nas cadeias montanhosas e à extremidade norte da península Antártica. Sua formação se deu pela separação do antigo supercontinente Gondwana há aproximadamente 100 milhões de anos e seu resfriamento aconteceu nos últimos 35 milhões de anos.
É o continente mais frio, mais seco, com a maior média de altitude e de maior indíce de ventos fortes do planeta.1 A temperatura mais baixa da Terra (-89,2 °C) foi registrada na Antártica, sendo a temperatura média na costa, durante o verão, de apenas -10 °C; no interior do continente, é de -40 °C. Muitos autores o consideram um grande deserto polar, pela baixa taxa de precipitação no interior do continente. A altitude média da Antártica é de aproximadamente 2000 metros. Ventanias com velocidades de aproximadamente 100 km/h são comuns e podem durar vários dias. Ventos de até 320 km/h já foram registrados na área costeira.
Juridicamente, a Antártica está sujeita ao Tratado da Antártida, pelo qual as várias nações que reivindicavam territórios no continente (Argentina, Austrália, Chile, França, Noruega, Nova Zelândia e Reino Unido) concordam em suspender as suas reivindicações, abrindo o continente à exploração científica.
Por esse motivo, e pela dureza das condições climáticas, não tem população permanente, embora tenha uma população provisória de cientistas e pessoal de apoio nas bases polares, que oscila entre mil (no inverno) e quatro mil pessoas (no verão). Dois destes assentamentos com uma população regular (incluindo crianças) são Villa Las Estrellas (do Chile) e Base Esperanza (da Argentina).

História

Terra Australis Incognita.
Como não há povos nativos da Antártica, a sua história é a da sua exploração. É muito provável que os povos de regiões próximas ao continente tenham sido os primeiros a explorá-lo: os povos Aush da Terra do Fogo, por exemplo, falam sobre o "país do gelo" e um chefe maori de nome Ui-Te-Rangiora teria atingido a região em 650 d.C.No entanto, esses povos não deixaram vestígios de sua presença.
As primeiras expedições documentadas começam no século XVI. Américo Vespúcio relatou o registro visual de terras a 52°S. Várias expedições aproximaram-se gradativamente do continente sem, no entanto, ter-se a certeza de que se tratava realmente de um continente ou de um conjunto de ilhas, até às expedições de James Cook, o primeiro a circum-navegá-lo entre 1772 e 1775 sem o avistar, devido à névoa e aos icebergs.
A ocupação humana propriamente dita começa na primeira metade do século XIX, quando navios baleeiros chegavam à região das Ilhas Sandwich do Sul. Nesse período, James Weddell e James Clark Ross descobriram os mares que hoje levam seus nomes. Este último fez uma viagem de exploração na qual descobriu ainda a Ilha de Ross, os montes Érebo e Terror e a Terra de Vitória, retornando em 1843. Realizados em 1895 e 1889, o sexto e o sétimo Congresso Internacional de Geografia, respectivamente, obtêm relativo sucesso em seu chamado pela exploração do continente meridional, firmando-se uma colaboração mútua de Grã-Bretanha e Alemanha para a exploração científica da Antártica, resultando em diversas expedições ao continente com o apoio e a participação de diferentes nações.
A expedição liderada pelo norueguêsRoald Amundsen foi a primeira a atingir opolo Sul em 1911-1912.
No início do século XX, os exploradores se voltam para a conquista do polo Sul. Ernest Henry Shackleton organizou uma expedição em 20 de outubro de 1908, sendo obrigado a retornar sem atingir o polo. Seguem-se a ele Roald Amundsen e Robert Falcon Scott em uma verdadeira corrida, pois partem com apenas duas semanas de diferença em outubro de 1911 a partir da plataforma de Ross. Amundsen atinge o poólo em 14 de dezembro de 1911, retornando em janeiro. O grupo de Scott chega ao ponto em 17 de janeiro e encontra a bandeira norueguesa. No caminho de volta, os cinco expedicionários morrem de fome e exaustão.
Após a conquista do polo, restava ainda a façanha de atravessar o continente de costa a costa. Shackleton assumiu a tarefa na Expedição Imperial Transantártica, em 1914, que não obteve sucesso por uma série de dificuldades, a primeira delas foi os navios terem ficado presos no gelo e afundado.
Richard Evelyn Byrd, explorador dos Estados Unidos, foi o primeiro a sobrevoar o polo Sul 29 de novembro de 1929 após o que conduziu diversas viagens de avião à Antártica nos anos 30 e nos anos 40.Ele também realizou extensas pesquisas geológicas e biológicas. Atualmente, após o Tratado da Antártica, muitos países mantêm bases de pesquisa permanente e a ocupação humana é constante.

Geografia

A maior parte do continente austral está localizada ao sul do Círculo Polar Antártico e circundada pelo oceano Antártico. É a massa de terra mais meridional e compreende mais de 14 milhões de quilômetros quadrados, tornando-se o quinto maior continente. Sua costa mede 17 968 quilômetros e é caracterizada por formações de gelo, como mostra a tabela:
Tipos de costa ao longo da Antártica (Drewry, 1983)
TipoOcorrência
Plataforma de gelo (gelo flutuante)44%
Paredes de gelo (sobre o solo)38%
Correntes de gelo (limite do gelo ou parede de gelo)13%
Rocha5%
Total100%
Fisicamente, ela é dividida em duas partes pelos montes Transantárticos perto do estreitamento entre o mar de Ross e o mar de Weddell: a Antártica Oriental, ou Maior, e a Antártica Ocidental, ou Menor, porque correspondem aproximadamente aos hemisférios ocidental e oriental em relação ao meridiano de Greenwich.
Aproximadamente 98% da Antártica está coberta por um manto de gelo, que possui em média dois quilômetros de espessura, sendo 4.776 metros sua espessura máxima. Essa cobertura de gelo tem um volume estimado em 25,4 milhões de quilômetros cúbicos, contendo 70% de toda a água doce do planeta sendo assim o continente de maior altitude média. O gelo advindo do manto forma barreiras que se estendem para além da costa, conhecidas como plataformas de gelo, a maior das quais é a de Ross (com 800 km de largura e estendendo-se por 1000 km em direção ao polo Sul).Os icebergs são blocos de gelo flutuante formados pela neve, desprendidos das geleiras ou das plataformas de gelo. Embora a maior parte da massa continental da Antártica se encontre acima do nível do mar, uma grande parte da pequena Antárctica Ocidental encontra-se abaixo do nível do mar.
Imagem colorida da elevação e do relevo do continente.
Em grande parte do interior do continente a precipitação média anual fica entre 30 e 70 mm;18 em algumas áreas de "gelo azul" a precipitação é mais baixa do que a perda de massa pela sublimação e, assim, o balanço local é negativo. Nos vales secos o mesmo efeito ocorre sobre uma base de rochas, conduzindo a uma paisagem esturricada.23
Abriga o polo geográfico Sul do planeta, a 90º de latitude S, e o polo magnético, cuja localização não é fixa. Apenas a península Antártida, com 1000 km de extensão, não está sempre coberta por gelo. O relevo é marcado pelos montes Transantárticos, prolongamento geológico dos Andes. Ela divide o continente em Antártida Oriental, com planícies, colinas baixas e a geleira Lambert (a maior do mundo), e Antártida Ocidental, com arquipélagos ligados pela cobertura de gelo permanente. As banquisas formadas por água do mar congelado se confunde com o contorno do continente.
A Antártica Ocidental é coberta pela manto de gelo da Antártica Ocidental. Este chamou atenção recentemente por causa da possibilidade real de seu colapso. Se derretesse, o nível do mar elevar-se-ia em vários metros em um curto espaço detempo geológico, talvez em questão de séculos. Diversos fluxos de gelo antártico, que correspondem a aproximadamente 10% da cobertura de gelo, correm para uma das muitas plataformas.
A Antártica tem mais de 145 lagos que se encontram sob a superfície de gelo continental. O lago Vostok, descoberto abaixo da estação Vostok em 1996, é o maior deles. Acredita-se que o lago está selado pelo manto de gelo há 30 milhões de anos. Há também alguns rios no continente, o maior dos quais é o rio Onyx, com 30 quilômetros de extensão, que desagua no lago Vanda a 75 metros de profundidade.

Relevo[editar | editar código-fonte]

Monte Érebo, um vulcão ativo na ilha de Ross.
Na Antártica Oriental encontram-se os montes Transantárticos (ou Cadeia Transantártica) que se estende por 4.800 quilômetros, desde a Terra de Vitória à Terra de Coats. Na Ocidental está a Península Antártica, ao sul da qual se encontram os montes Ellsworth e o maciço Vinson, ponto mais elevado do continente com 5140 metros. Localizadas entre suas cordilheiras, há sete geleiras na Antártica, das quais a maior é a Geleira Byrd.
Embora seja lar de muitos vulcões, apenas uma cratera na ilha Decepção e o monte Érebo expelem lava atualmente, a primeira desde 1967. O monte Érebo, de 4023 metros de altitude e localizado na Ilha de Ross, é o vulcão ativo mais meridional do mundo. Pequenas erupções são comuns e fluxos de lava foram observados em anos recentes.

Clima

A Antártica é o continente mais frio e seco da Terra, um grande deserto. A precipitação média anual fica entre 30 e 70 mm. Devido à influência das correntes marítimas, as zonas costeiras apresentam temperaturas mais amenas, com uma média anual de -10 °C (atingindo valores entre 10 °C no verão e -40 °C no inverno). Por outro lado, no interior do continente, a média anual é -30 °C, com temperaturas variando entre -30 °C no verão até abaixo de -80 °C no inverno. A menor temperatura do mundo, -89,2 °C, foi documentada na base russa de Vostok, a aproximadamente 3.400 metros de altitude no dia 21 de Julho de 1983.
Antiga estação de pesquisas soviética, localizada a 87,9 km e 243 km dos polos de inacessibilidade da Antártica. A região onde se situam os dois polos de inacessibilidade da Antártica é uma das áreas mais remotas e frias daTerra.30 Nesta estação se registra a temperatura média anual mais baixa do planeta, que é de -58,2°C.31
No entanto, o local mais frio da superfície terrestre, estima-se que seja a Cordilheira A (ou Ridge A), que fica localizada nas seguintes coordenadas: 81° 30′ S 73° 30′ E.
Estima-se que apesar dos seis meses de escuridão do inverno, a incidência da energia solar no Pólo Sul seja semelhante à recebida anualmente no equador, mas 75% dessa energia é refletida pela superfície de gelo.
A Antártica Oriental é mais fria que a Ocidental por ser mais elevada. As massas de ar raramente penetram muito no continente, deixando seu interior frio e seco. O gelo no interior do continente dura muito tempo, apesar da falta de precipitação para renová-lo. A queda de neve não é rara no litoral, onde já se registrou a queda de 1,22 metro em 48 horas. Também é um continente com ventos fortes, registrando-se ventos com velocidades superiores a 200 km/h na região costeira, sendo a média nestes locais de 100 km/h.No interior, entretanto, as velocidades são tipicamente moderadas.
A Antártica é mais fria do que o Ártico por dois motivos: em primeiro lugar, grande parte do continente está a mais de três quilômetros acima do nível do mar. Em segundo lugar, a área do polo Norte é coberta pelo oceano Ártico e o relativo calor do oceano é transferido através do gelo, impedindo que as temperaturas nas regiões árticas alcancem os extremos típicos da superfície da terra no sul.
Alguns eventos climáticos são comuns na região. A aurora austral, conhecida como "luzes do sul", é um brilho observado durante a noite perto do Pólo Sul. Outro acontecimento é o pó de diamante, neblina composta de pequenos cristais de gelo. Forma-se geralmente sob céu limpo, por isso é referido como precipitação de céu limpo. Falsos sóis, brilhos formados pela reflexão da luz solar em cristais de gelo, conhecidos como parélio, são uma manifestação óptica atmosférica comum.

Flora

Aproximadamente 400 espécies delíquenes são conhecidas na Antártida.
As principais dificuldades para o crescimento dos vegetais na Antártica são os fortes ventos, a curta espessura do solo e a limitada quantidade de luz solar, durante o inverno.
Por isso, a variedade de espécies de plantas na superfície é limitada a plantas "inferiores", como musgos e hepáticas. Além disso há uma comunidade autotrófica, formada por protistas. A flora continental consiste em líquens, briófitas, algas e fungos. O crescimento e a reprodução ocorrem geralmente no verão.
Há mais de 200 espécies de líquens e aproximadamente 50 espécies de briófitas, tais como musgos. No continente existem 700 espécies de algas, a maioria das quais forma o fitoplâncton. Diatomáceas e algas da neve, algas microscópicas que crescem na neve e no gelo dando-lhes coloração, são abundantes nas regiões costeiras durante o verão. Há ainda duas espécies de plantas que florescem e são encontradas na Península Antártica.

Fauna

Pinguins-imperador na ilha do Monte Nevado.
krill é muito importante para a maior parte das teias alimentares, servindo de alimento para lulas, baleias, focas, como a foca-leopardo, pinguins e outras aves.As aves mais comuns são os pinguins, osalbatrozes e os petréis. No entanto, somente 13 espécies fazem seus ninhos em terra firme, geralmente no litoral, e partem para regiões mais quentes no inverno. Enquanto todas as demais migram, duas espécies de pinguim permanecem e migram para o interior: o pinguim-imperador, a maior espécie, e o pinguim-de-adélia.39 Por volta de abril, machos e fêmeas dos pinguins-imperador migram cem quilômetros para o sul, as fêmeas voltam para o litoral para se alimentar, só voltando em julho e os machos se agrupam para se aquecerem.
A fauna dos mares em torno da Antártica é bastante rica. É composta por uma miríade de invertebrados como esponjas, anêmonas, estrelas-do-mar e ouriços-do-mar,anelídeos, crustáceos e moluscos e entre os mais abundantes estão o isópode Glyptonotus antarticus e o molusco Nacella concinna, comum nas zonas costeiras. As condições ambientais afetam o crescimento e a reprodução desses animais: eles se tornam maiores e crescem mais lentamente, se reproduzindo de forma mais lenta em comparação com seus congéneres de regiões quentes.
Em regiões com profundidade de cerca de 200 metros abaixo da camada de gelo e em plena escuridão, acreditava-se que existiam apenas micróbios, mas, conforme anúncio feito pela NASA em 16 de março de 2010, também podem ser encontrados o crustáceo Lyssianasid amphipod e uma espécie de água-viva.
A aprovação do Ato de Conservação da Antártica trouxe severas restrições ao continente. A introdução de plantas ou dos animais estrangeiros pode ser punida criminalmente, bem como a retirada de qualquer espécie nativa. O excesso de pesca do krill, de grande importância para o ecossistema local, fez com que a pesca fosse regulamentada e controlada. A Convenção para Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCAMLR, em inglês), um tratado que entrou em vigor em 1980, requer que regulamentos sobre o Oceano Antártico levem em conta os potenciais efeitos sobre todo o ecossistema antártico. Apesar destes novos regulamentos, a pesca ilegal, particularmente da merluza-negra, continua sendo um sério problema. A pesca ilegal da merluza aumentou para cerca de trinta e duas mil toneladas em 2000.

Geologia

Há mais de 100 milhões de anos, a Antártica fazia parte da Gondwana. Ao longo do tempo, a Gondwana dividiu-se e a Antártica como é conhecida hoje formou-se por volta de 25 a 23 milhões de anos atrás, ao se separar da América do Sul e tornar-se totalmente circundada pelo oceano Antártico.

Paleozoico

O monte Herschel.
Estreito de Bransfield.
No período Cambriano, entre 540 e 250 milhões de anos atrás, o clima na Gondwana era ameno. A Antártica Ocidental estava parcialmente no Hemisfério Norte, e durante este período grandes quantidades de arenito, calcário e xisto foram depositados. A Antártica Oriental estava no Equador, onde invertebrados e trilobitas floresciam no fundo dos mares tropicais. Por volta do início do período Devoniano (416 milhões de anos) a Gondwana estava em latitudes mais ao sul e o clima era mais frio, embora sejam conhecidos fósseis de plantas deste período. Areia e siltes assentaram-se no que são agora os montes Ellsworth, Horlick e Pensacola. A glaciação começou no fim do período Devoniano (360 milhões de anos) movendo-se em direção ao polo Sul e o clima esfriou, embora ainda houvesse flora. Durante o período Permiano, pteridófitas que cresciam em pântanos dominavam a paisagem. Com o tempo estes pântanos transformaram-se em depósitos de carvão nosmontes Transantárticos. Um aquecimento contínuo ao fim do Permiano tornou o clima quente e seco na maior parte da Gondwana.

Mesozoico

Como resultado do aquecimento contínuo, entre 250 e 65 milhões de anos atrás, a cobertura de gelo polar derreteu e grande parte da Gondwana transformou-se em um deserto. Na Antártica Oriental pteridospermatophytas, espécie de pteridófita atualmente extinta, tornaram-se comuns, e grandes quantidades de arenito e de xisto assentaram-se. A península Antártica começou a se formar durante o período Jurássico (entre 206 e 146 milhões de anos atrás), e as ilhas subantárticas emergiram gradualmente do oceano. Nogueiras-do-japão e cicadáceas eram abundantes durante este período, bem como répteis. No período Cretáceo (entre 146 e 65 milhões de anos atrás), a Antártica Ocidental foi dominada por florestas deconíferas, embora notofagáceas tenham começado a dominar no fim deste período. Amonites eram comuns nos mares em torno da Antártica, e também havia dinossauros, embora somente duas espécies antárticas tenham sido encontradas até agora (Criolofossauro e Antarctopelta). Foi durante esse período que a Gondwana começou a separar-se.

Divisão da Gondwana

A África separou-se da Antártica por volta de 160 milhões de anos atrás, seguida pela Índia no início do Cretáceo (aproximadamente 125 milhões de anos). Há 65 milhões de anos, a Antártica (ainda conectada a Austrália) tinha um clima entre tropical e subtropical, somado a uma fauna de marsupiais. Há 40 milhões de anos atrás, a Austrália unida a Nova Guiné separou-se da Antártica e o gelo começou a aparecer. Por volta de 23 milhões de anos atrás, o surgimento da passagem de Drake entre a Antártica e a América do Sul resultou no aparecimento da Corrente Circumpolar Antártica.O gelo propagou-se, substituindo as florestas que cobriam o continente. O continente está coberto de gelo desde 15 milhões de anos atrás.

Geologia atual

A Antártica sem sua cobertura de gelo. (Esse mapa não considera que o nível do mar e do continente se elevariam pelo derretimento do gelo).
Os estudos geológicos da Antártica foram dificultados pelo fato de quase todo o continente ser coberto permanentemente por uma grossa camada de gelo. Entretanto, novas técnicas como os ensoriamento remoto começaram a revelar as estruturas por debaixo do gelo.
Geologicamente, a Antártica Ocidental assemelha-se aos Andes. A península Antártica foi formada pela elevação e metamorfismo de sedimentos do leito do mar durante o final da era Mesozóica. Esta elevação de sedimentos foi acompanhada de intrusões ígneas e vulcanismo. As rochas mais comuns na Antártica Ocidental são o andesito e o riolito formadas durante o período Jurássico. Há evidências de vulcanismo, mesmo depois da formação do manto de gelo, na Terra de Marie Byrde na ilha de Alexandre. A única área atípica da Antártica Ocidental é a dos montes Ellsworth, a região onde a estratigrafia é mais parecida com a da parte oriental do continente.
A Antártica Oriental é geologicamente muito antiga, datando do pré-cambriano, com algumas rochas formadas há mais de três mil milhões de anos atrás. É formada por uma plataforma metamórfica e ígnea que é a base do escudo continental. Acima desta base estão várias rochas mais modernas, como arenito, calcário, carvão e xisto depositadas durante os períodos Devoniano e Jurássico para dar forma aos Montes Transantárcticos. Em áreas costeiras como a cordilheira Shackletone a Terra de Vitória foram encontradas algumas falhas geológicas.
O principal recurso mineral conhecido no continente é o carvão. Inicialmente, foi encontrado por Frank Wild perto da geleira Beardmore na expedição do Nimrod, e conhece-se a existência de carvão de baixa qualidade em muitas partes dos montes Transantárticos. As montanhas Príncipe Charles contêm depósitos significativos de minério de ferro. Os recursos mais valiosos da Antártica, localizados ao largo do continente, são campos petrolíferos e de gás natural, encontrados no mar de Ross em 1973. A exploração de todos os recursos minerais está proibida pelo Protocolo de Proteção Ambiental do Tratado da Antártica. Até 2048, tal proibição só poderá ser revogada ou alterada sob aprovação unânime dos países consultores do Tratado da Antártica e após estabelecimento de um regime legal para a atividade exploratória.

Demografia

Embora a Antártica não tenha residentes permanentes, alguns governos mantêm estações de pesquisa permanentes por todo o continente. A população de cientistas no continente e nas ilhas subantárticas varia de aproximadamente quatro mil no verão a mil no inverno. Muitas das estações de pesquisa mantêm pessoal durante todo o ano.
O Polo Sul "cerimonial" localizado naEstação Amundsen-Scott.
Os primeiros habitantes semipermanentes das áreas subantárticas eram marinheiros da Inglaterra e Estados Unidos que costumavam passar um ano ou mais na Geórgia do Sul, desde 1786. Durante a era da caça à baleia, que durou até 1966, a população da ilha variava de mil no verão (ou dois mil em alguns anos) a duzentas no inverno. A maioria dos baleeiros era norueguesa, com crescente proporção de britânicos. Os povoados incluíam Grytviken, Leith Harbour, Ponto Rei Eduardo,Stromness Harbour, Husvik Harbour, Prince Olav Harbour, Ocean Harbour e Godthul.
Os administradores e outros oficiais encarregues das estações baleeiras muitas vezes viviam junto com suas famílias. Entre eles estava o fundador de Grytviken, o capitão Carl Anton Larsen, um importante baleeiro norueguês e explorador que adotou a cidadania britânica em 1910 junto com a família. No entanto, após o fim da caça às baleias na década de 1960, a população reduziu-se drasticamente para menos de cem pessoas.
A primeira criança nascida na região polar austral foi uma menina norueguesa, Solveig Gunbjörg Jacobsen, na cidade de Grytviken em 8 de Outubro de 1913, e seu nascimento foi registrado pelo magistrado britânico residente na ilha Geórgia do Sul. Era filha de Fridthjof Jacobsen, administrador assistente da estação baleeira, e de Klara Olette Jacobsen. Jacobsen chegou à ilha em 1904 para tornar-se o administrador de Grytviken, servindo de 1914 a 1921; duas de suas crianças nasceram na ilha.
Emilio Marcos de Palma foi o primeiro a nascer no continente, na Base Esperanza em 1978. Seus pais haviam sido enviados para lá junto com sete outras famílias pelo governo argentino para determinar se a vida em família era possível no continente. Em 1984, Juan Pablo Camacho nasceu na base de Presidente Eduardo Frei Montalva, sendo o primeiro chileno nascido na Antártica. Diversas bases são agora lar de famílias com crianças que vão a escolas em estações. Em 2009, mais onze crianças nasceram na Antárctica (ao sul do paralelo 60): oito em Base Esperanza e mais três em Base Presidente Eduardo Frei Montalva.

Política

Emblema do Tratado da Antártida desde 2002.
Como único continente inabitado, a Antártica não tem nenhum governo e não pertence a nenhum país. Vários países reivindicam áreas, mas estas reivindicações não são reconhecidas por outros. A área entre 90°W e 150°W é a única parte da Antártica e da Terra não reivindicada por nenhum país.
O Tratado da Antártida é o documento assinado em 1 de Dezembro de 1959 pelos países que reclamavam a posse de partes do continente da Antártica, em que se comprometem a suspender suas pretensões por período indefinido, permitindo a liberdade de exploração científica do continente, em regime de cooperação internacional.
Desde 1959, as reivindicações na Antártica estão suspensas e o continente é considerado politicamente neutro. Sua situação é regulada pelo Tratado da Antártica e por outros acordos relacionados, chamados em seu conjunto de Sistema do Tratado da Antártica. Para as finalidades do Sistema de Tratados, a Antártica é definida como toda a terra e plataformas de gelo em torno dos 60°S. O tratado foi assinado por 12 países, incluindo a União Soviética e os Estados Unidos. Ele transformou a Antártica em uma área de preservação científica, estabeleceu a liberdade de investigação científica, a proteção ambiental e baniu exercícios militares no continente. Este foi o primeiro acordo para o controlo de armas estabelecido durante a Guerra Fria.
O Tratado da Antártica proíbe quaisquer operações militares na Antártica, tais como o estabelecimento de bases e de fortificações militares, a realização de manobras militares, ou o teste de qualquer tipo de arma. Pessoal e equipamento militar são permitidos apenas para pesquisa científica ou para outros propósitos pacíficos. A única operação militar em larga escala documentada foi a Operación 90, empreendida pelas forças armadas da Argentina dez anos antes de estabelecido o Tratado.

Territórios

Os seguintes países possuem reivindicações territoriais na Antártica.
DataPaísTerritórioLimites da reivindicaçãoMapa
1908Flag of Reino Unido Reino UnidoFlag of the British Antarctic Territory.svg Território Antártico Britânico20°W até 80°WAntarctica, United Kingdom territorial claim.svg
1923Flag of Nova Zelândia Nova ZelândiaNova Zelândia Dependência de Ross150°W até 160°EAntarctica, New Zealand territorial claim.svg
1924Flag of França FrançaTerras Austrais e Antárticas Francesas Terra Adélia142°2'E até 136°11'EAntarctica, France territorial claim.svg
1929Flag of Noruega NoruegaNoruega Ilha de Pedro I68° 50′ S 90° 35′ WAntarctica Peter I Island.png
1933Flag of Austrália AustraliaAustrália Território Antártico Australiano160°E até 142°2'E e
136°11'E até 44°38'E
Antarctica, Australia territorial claim.svg
1939Flag of Noruega NoruegaNoruega Terra da Rainha Maud44°38'E até 20°WAntarctica, Norway territorial claim.svg
1940Flag of Chile ChileChile Território Antártico Chileno53°W até 90°WAntarctica, Chile territorial claim.svg
1943Flag of Argentina ArgentinaBandera de la Provincia de Tierra del Fuego.svg Antártida Argentina25°W até 74°WAntarctica, Argentina territorial claim.svg
NenhumTerritório não reivindicado
(Terra de Marie Byrd)
90°W to 150°W
(exceto Ilha Pedro I)
Antarctica, unclaimed.svg
As reivindicações argentina, britânica e chilena sobrepõem-se. A Austrália tem a maior reivindicação de território na Antártica (42% do continente). Os Estados Unidos e a Rússia não reconhecem nenhuma reivindicação territorial na Antártica, e reservaram-se o direito de fazer suas próprias reivindicações.
Nenhuma das reivindicações antárticas é reconhecida pela comunidade internacional. Nos termos do Artigo IV do Tratado da Antártica, que regula as atividades humanas ao sul do parelelo 60°S, nenhuma atividade durante a vigência do Tratado pode ser considerada reconhecimento, reforço ou negação das reivindicações territoriais.
A Alemanha nazista também manteve uma reivindicação chamada Nova Suábia, entre 1939 e 1945. Ela estava situada entre 20°E e 10°W, sobrepondo a reivindicação da Noruega.

Outros territórios considerados antárticos

Base antártica brasileira Comandante Ferraz.
  • Dependências
    • Noruega Ilha Bouvet (Noruega)
    • Austrália Ilha Heard e Ilhas McDonald (Austrália)
    • França Terras Austrais e Antárticas Francesasnota 1
  • Outros territórios (parte integrante dos seus respectivos países)
    • Nova Zelândia Ilhas Antípodas (Nova Zelândia)
    • Nova Zelândia Ilhas Auckland (Nova Zelândia)
    • Nova Zelândia Ilhas Bounty (Nova Zelândia)
    • Nova Zelândia Ilhas Campbell (Nova Zelândia)
    • Austrália Ilha Macquarie (Austrália)
    • África do Sul Ilhas do Príncipe Eduardo (África do Sul)
    • Nova Zelândia Ilhas Snares (Nova Zelândia)